No decurso da audição que conduziu à sua escolha, Sibyle Veil explicou que estaria imediatamente operacional e que conhecia bem a empresa e os seus quatro mil assalariados  - ainda traumatizados pela greve de 2015 e pelo “caso Gallet”. 

Segundo Le Figaro, que aqui citamos, ela “pode recolher os pontos positivos do seu balanço [de mandato] sem ficar salpicada pela condenação" que está na origem da demissão do anterior presidente.  

Mathieu Gallet fora condenado, em Janeiro, a um ano de prisão com pena suspensa, mais 20 mil euros de multa, por delito de “favorecimento”, durante o tempo em que presidiu ao Instituto Nacional do Audiovisual, por ter assinado contratos que teriam favorecido duas consultoras. 

Foi o Conselho Superior do Audiovisual que tomou a decisão de o demitir, no final do mesmo mês, por entender que Gallet não estava em condições de continuar na presidência da Radio France, e a fim de preservar “o interesse geral e o bom funcionamento do serviço público audiovisual”. (...)

Sibyle Veil, de 39 anos, é diplomada em Sciences Po pela famosa ENA – École Nationale d’Administration, que frequentou na mesma altura de Emmanuel Macron. Foi conselheira do Presidente Nicolas Sarkozy entre 2007 e 2010. 

“Sibyle Veil põe no centro do seu projecto estratégico a transformação digital da Radio France e o seu papel na reforma do audiovisual público. (...) Pretende agora ir mais longe e propor aos internautas uma espécie de meio digital à la carte, composto de programas da France Inter, France Culture, France Musique ou FIP, conduzidos por algoritmos de recomendação e de descoberta. Uma espécie de Spotify ou Netflix da rádio.” 

“A rádio pública deseja ‘surfar’ a nova vaga da Internet vocal com a multiplicação de assistentes pessoais de voz, como a Google Home, a Alexa da Amazon ou a Siri da Apple, que vão espalhar-se pelas casas, os carros conectados e os smartphones.” (...)

 

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