Movimento de refugiados carece de tratamento mediático correcto
Segundo o relatório elaborado pelo Instituto Finlandês em Londres e pelo Instituto Cultural Finlandês para os países do Benelux, intitulado “Os Refugiados e requerentes de Asilo na Cobertura da Imprensa em 2016”, o seu número cresceu significativamente nos últimos cinco anos.
Os dados do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR) dizem que 10.4 milhões de pessoas tinham fugido das suas terras até ao final de 2011:
“Pelo final de 2015, o número já tinha chegado aos 15.1 milhões, o mais elevado em 20 anos. E estes números só incluem os refugiados sob o mandato do UNHCR, não contam as pessoas sob o mandato da UNRWA, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos no Próximo Oriente. Por outras palavras, o número de refugiados cresceu aproximadamente 45% em três anos e meio. A causa principal desta subida drástica é a guerra na Síria.”
Chris Elliot aponta os casos mais chocantes de cobertura insultuosa e distorcida praticada em vários “tablóides” do Reino Unido, sobretudo no auge da campanha que conduziu ao Brexit, bem como em meios de comunicação de outros países europeus:
“Pode levar algum tempo a explicar os sinais físicos das preocupações da nação, como o surgimento de patrulhas de rua. Talvez seja, também, uma reflexão possível sobre a antiga equação: stranger equals danger (estrangeiro é igual a perigo). Mas em todos os jornais a reportagem revela um foco Eurocêntrico, amplificado pelo ênfase nas vozes dos políticos, em vez das pessoas mais directamente envolvidas - os próprios migrantes.”
Chris Elliot recorda, do período em foi provedor do leitor, algumas polémicas sobre os termos usados, não só por jornalistas mas também por políticos, para designar os migrantes e requerentes de asilo, e alguns dos problemas discutidos nas redacções sobre o uso desses termos e também das imagens mais chocantes, dos naufrágios no Mediterrâneo como das vítimas dos atentados cometidos na Europa.
E chama a atenção para um documento muito recente divulgado pelo Ethical Journalism Network, a cuja direcção pertence - um guia em cinco pontos, com orientações para a cobertura das histórias de migrantes:
1. – Factos, e não preconceitos; 2. – Conheça a legislação; 3. – Mostre humanidade; 4. – Fale por todos; 5. – Enfrente o ódio.
Mais informação no site do EJN - Ethical Journalism Network