… mas nem todos têm a mesma sorte em assinantes e publicidade

No caso do Financial Times, o progresso vinha desde 2013, quando os assinantes digitais ultrapassaram os da edição impressa. Um ano depois, as receitas relacionadas com o conteúdo ultrapassavam as da publicidade. E em Dezembro de 2016 as receitas digitais foram superiores às da impressão.
Mas Chris Duncan, director-geral do grupo Times Newspapers, afirmou numa entrevista recente que, no futuro, talvez apenas uns dez grandes meios terão a capacidade de viver de uma grande quantidade de clientes por assinatura directa. Continuarão a existir os websites de acesso livre “com uma grande audiência a uma escala global”. Mas o que o preocupa, realmente, são as empresas que ficam num patamar intermédio, “sejam as que dependem da publicidade mas não conseguem chegar à escala maciça de que precisam para financiar uma redacção, sejam as que estão em condições de cobrar, mas só a um número muito restrito de pessoas”.
Chris Duncan confia em que The Times continue entre estes dez privilegiados, onde se situam também The New York Times, The Washington Post e The Wall Street Journal.
Nos Estados Unidos, mesmo empresas digitais de boa dimensão, mas baseadas essencialmente na publicidade, estão a dar sinais de alarme. Segundo notícia recente de The Wall Street Journal, aqui citado de Le Monde, “BuzzFeed e Vice Media, dois grandes pure players que misturam informação e entretenimento destinados a um público joverm, não vão atingir os seus objectivos de volume de negócio em 2017; o primeiro deverá falhar por 15% a 20% o seu alvo de 350 milhões de dólares, e o segundo não conseguirá chegar aos mais de 800 milhões de dólares previstos”.
Comentário de Zack Schonfeld, jornalista sénior da Newsweek:
“Mesmo o BuzzFeed, um dos mais poderosos meios digitais, confronta-se com incertezas. Isto é aterrador para todos os outros.” (...)
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