Depois da demissão de David Dinis  - na sequência do afastamento, pela administração, do director-adjunto Diogo Queiroz de Andrade -  a administradora Cristina Soares afirmou, em comunicado a que o Observador teve acesso, que “ao demitir o director-adjunto sem a concordância do director, mas não à sua revelia, não interferiu em matéria editorial”. 

O documento, assinado pela administradora do jornal, Cristina Soares, surge depois da intervenção da própria num plenário do jornal, esta segunda-feira. Segundo a responsável da administração do Público, o conselho limitou-se a “exercer um direito consagrado na lei de Imprensa — o de nomear e de demitir o director, subdiretor e directores adjuntos”. Para Cristina Soares, o objectivo foi “proteger o desejável desenvolvimento do jornal e ao fazê-lo não colocou minimamente em causa a tradição de liberdade editorial do Público”.

No final do documento, é afirmado que a administração “lamenta” que os jornalistas do jornal queiram aprovar uma moção que “não tem fundamento legal nem factual”.

Manuel Carvalho fez o curso de jornalismo do Cenjor e foi fellow do German Marshall Fund, nos Estados Unidos, e do International Studies and Training, no Japão. 

Foi professor primário durante dois anos e entrou no Público num grupo de estagiários, em final de 1989. Especializou-se na área da Economia e fez formação em vários países. Foi grande repórter do Diário Económico e regressou ao Público em 1999, onde lançou o Fugas, em parceria com David Lopes Ramos, e entrou na direcção do jornal em 2000, como subdirector e director-adjunto, nas direcções de José Manuel Fernandes e Bárbara Reis. 

Em 2012 demitiu-se, manifestando a sua vontade de se retirar das funções que ocupava. Volta agora a assumir a liderança, desta vez no topo da hierarquia. 

Era actualmente redactor principal na redacção do Porto. 

As reportagens sobre a intervenção portuguesa na primeira Grande Guerra, em Moçambique, que o distinguiram com o Prémio Gazeta de Imprensa, em 2015, foram reunidas num livro - A Guerra que Portugal quis esquecer - publicado pela Porto Editora.

Conta a história da ida para aquela colónia de mais de 20 mil soldados portugueses, para a defender dos alemães, e de como foram condenados "a uma missão impossível". Morreram mais portugueses ali do que na frente europeia.