Segundo a apresentação que dele faz Le Monde, "a autora demonstra que os males de que é acusado o jornalismo existem há vários séculos. Em primeiro lugar, fica expressa uma verificação lúcida dos problemas com que os jornalistas se confrontam  - em particular a tomada de poder, nas redacções, pelos ‘peritos da Web’. Qual é o seu trabalho? Aconselhar os jornalistas sobre os temas de actualidade que devem ter prioridade, em função da audiência esperada. Esta audiência passa principalmente pelo Google, que concentra 90% das buscas, em França". 

Na avaliação publicada pela MetroNews, "o trunfo principal deste livro é o de confrontar, com lucidez, o jornalismo 2.0 com o seu passado, sem concessões nem nostalgia a respeito das armadilhas e das derivas que se põem diante dele".

O texto descreve deste modo o diálogo entre o jovem jornalista e o historiador:

"Quando o primeiro evoca a morte do jornalismo ‘tradicional’, descrevendo os profissionais da informação obrigados, hoje, a conquistar bocados de audiência na Rede, garantindo que os seus artigos preenchem bem os critérios obscuros definidos pelos motores de busca (com o Google à cabeça), o segundo responde com argumentos históricos sobre a evolução da Imprensa e do seu modelo económico." 

"Ficamos a saber que o fundador do primeiro jornal francês, em 1631, Théophraste Renaudot, já se interrogava sobre os meios editoriais para conquistar o máximo de leitores. Enquanto Émile de Girardin, jovem chefe de redacção do diário parisiense La Presse, resolvia o problema do aumento da tiragem baixando o preço da assinatura, graças à publicidade. ‘Compete aos anúncios pagar o jornal’  - escreve de Girardin no primeiro número do seu jornal.” Isto em 1836...

O título do livro causa alguma estranheza pelo uso do verbo slasher, um anglicismo que joga aqui com a ambiguidade dos sentidos possíveis. Lauren Malka, uma jovem jornalista, formada na Escola de Altos Estudos em Ciências da Informação e da Comunicação, na Sorbonne, aceita várias leituras. 

Antes do mais, slash é, na linguagem da Net, aquela barra inclinada para a direita que aparece em quase todos os endereços digitais. Contém escondida uma referência discreta ao romance de Colleen McCullough, "Les oiseaux se cachent pour mourir". Mas também pode incluir uma outra, aos slasheurs, título que designa neste meio, em França, os infelizes jornalistas precários "que têm de acumular vários empregos, como jornalista / professor / comunicador / barman".

 

Mais informação no Le Monde  e MetroNews