“Depois de um mês e meio de negociações entre a direcção, os administradores judiciais e os seus representantes sindicais, os assalariados de L’Humanité vão agora pagar o preço duro de participarem no esforço colectivo e assegurarem o futuro do jornal”  - anunciou o SNJ – Sindicato Nacional dos Jornalistas francês.  

O acordo referido prevê ainda a criação de nove postos de trabalho, abertos à reclassificação dos que são despedidos.

Segundo Le Monde, que aqui citamos, L’Humanité já tinha escapado à cessação de pagamentos em 2016, mas está exposto, desde há vários anos, a uma baixa da receita das vendas em quiosque e das assinaturas, além da proveniente da publicidade.

“As primeiras diminuíram, em 2018, 500 mil euros (sobre um total de 16,5 milhões), enquanto o volume de negócios publicitário caía 19%. Entre 2017 e 2018, L’Humanité perdeu 5,7% da sua circulação, que era de 32.900 exemplares em Dezembro do ano findo.” 

“O jornal é ainda afectado por uma dívida de treze milhões de euros. Depois de ter aceite o corte dos seus efectivos, conta agora com os administradores judiciais para o renegociarem junto dos credores.”  (...) 

“Este título, fundado em 1904 por Jean Jaurès, e que foi o órgão oficial do Partido Comunista Francês entre 1920 e 1994, pode apoiar-se sobre o envolvimento forte dos seus leitores, aos quais dirige regularmente apelos.  (...)  Mais de 2,4 milhões de euros foram recolhidos depois do [apelo] de Janeiro.” 

“É necessário que se mantenha este impulso de solidariedade para ajudar a financiar o PSE e a Festa de L’Humanité, em Setembro”  - sublinha o representante dos trabalhadores junto do Tribunal de Comércio de Bobigny, a que pertence a administração judicial. 

“O jornal espera obter lucro deste evento, em 2019, e aproveitar desta visibilidade para recolher mais uma vaga de donativos.”

 

Mais informação em Le Monde  e em L’Humanité