Les Temps Modernes  - como afirma -  «não era uma revista como as outras»:

«Nas suas grandezas como nas suas misérias, ela confunde-se com a história intelectual da França, ou talvez simplesmente com a História. Ela incarnava a vontade, característica do séc. XX, de pensar a História ao mesmo tempo que é feita.»


O texto reconhece que isto pode ser, para muitos, «um acontecimento menor»:

 

«A revista tinha perdido o seu magistério de outro tempo. Números temáticos recentes, que se tinham revelado capazes de antecipar a actualidade (sobre a Venezuela ou sobre o pensamento decolonial, por exemplo) não tinham conseguido alimentar o debate público. A desaparição deste periódico não vai, portanto, mudar a face do mundo. Trata-se, no entanto, de um acontecimento simbólico de grande envergadura.»

 

«As dificuldades que enfrentam hoje as revistas generalistas revelam a nossa dificuldade em transmitir as lições deste século. Um sinal inquietante, entre tantos outros.»

 

A situação actual assemelha-se, segundo o texto que citamos, à que precedeu a Primeira Guerra Mundial:

 

«Um longo período de prosperidade no Ocidente, acompanhado de um crescimento das desigualdades e de uma exportação da acção militar por meio da colonização, que desemboca no desencadeamento da morte entre 1914 e 1918. A Europa mergulha então, durante mais de 30 anos, numa sequência de violência extrema.»

 

«Les Temps Modernes é criada, no termo deste período, com um objectivo claro: tentar apresentar uma inteligência global do mundo, fazer face à ambiguidade cruel da vida para obter daí qualquer coisa que seja pensável.»  


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