Jornalistas ruandeses utilizam YouTube para contornar censura
No Ruanda, os jornalistas estão a começar a utilizar o YouTube para debaterem sobre temas políticos e para informarem a população sobre a pandemia, noticiou o jornal “Le Monde”.
De acordo com o jornal, isto está a acontecer porque os “media” controlados pelo Estado, ou pró-estatais, não permitem que os profissionais abordem determinados temas, considerados prejudiciais para o funcionamento do governo.
Um dos primeiros jornalistas a aderir a esta tendência foi Etienne Gatanazi, que criou o seu canal por considerar que não existia foco informativo nas redes sociais no Ruanda.
Como tal, lançou o “Real Talk” e começou a convidar figuras de todo o espectro político, como forma de garantir o pluralismo e a liberdade de expressão.
Contudo, as autoridades estão, agora, a perseguir alguns dos jornalistas que começaram a reportar através do YouTube, acusando-os de partilhar a ideologia genocida.
Além disso, a Comissão Ruandesa dos Meios de Comunicação Social, que actua como organismo regulador, convidou, recentemente, os canais do YouTube a registarem-se enquanto “media” tradicionais
A medida foi, rapidamente, abandonada face à polémica que gerou nas redes.
Fevereiro 21
“Fomos mal compreendidos", disse Emmanuel Mugisha, o secretário executivo da comissão. “Este é um processo normal que responsabiliza os ‘media’, garante o respeito pela ética jornalística, e protege os jornalistas em caso de violência”.
Por outro lado, o investigador Timothy Longman garante que não existe liberdade de expressão do Ruanda, e que estas medidas são utilizadas para assustar os profissionais e incentivar a auto-censura. “Ao assediarem os jornalistas críticos, as autoridades encorajam outros a permanecer em silêncio", disse.
Ainda assim, o YouTube tem sido um mecanismo eficaz para dar voz a outros pontos de vista.
Neste momento, o Ruanda encontra-se em 155º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres Sem Fronteiras, num total de 180 países.
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