O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou ao Irão para que cesse toda a acção legal contra o pessoal da BBC e as suas famílias, e contra um “jornalismo independente, afiliado ou não à BBC”. 

Segundo o DN, que aqui citamos, “o serviço noticioso em persa tem sido alvo de Teerão desde que foi lançado em 2009, ano de eleições presidenciais, e tem sido desde então apontado como estando ao serviço de poderes estrangeiros, acusados de interferir no processo eleitoral”. 

Nos últimos dez anos, mais de 30 membros do serviço persa da BBC que têm perdido familiares não puderam deslocar-se ao Irão para estarem presentes nos seus funerais, por receio de ficarem detidos. 

Uma jornalista deste grupo recebeu, via Skype, a exigência de que deixasse de trabalhar para a estação  - ou então aceitasse espiar os seus colegas -  em troca da libertação da sua irmã de 27 anos, detida na famosa prisão de Evin. “Quando eu disse que não, eles colocaram a minha irmã na solitária durante 17 dias”  -  contou. 

Outra jovem apresentadora do serviço de televisão em persa da BBC recebeu também um e-mail anónimo exigindo que deixasse de trabalhar para a empresa. O autor da exigência disse-lhe que sabiam muito bem a que escola ia o seu filho de dez anos. 

E a mãe idosa de um produtor sénior foi interrogada, em Teerão, por uma das muitas agências de informação. Foi-lhe dito que o filho podia ter um acidente de carro em Londres, se continuasse a trabalhar para a BBC. Ela tomou a ameaça muito a sério  - tal como a polícia de contra-terrorismo em Londres, que providenciou imediatamente a sua protecção.

 

Mais informação no DN e na BBC