Jornalistas gregos antecipam greve e exigem continuidade da Caixa de Previdência independente

Ao anteciparem a paralisação de 24 horas, os jornalistas gregos, que representam os principais meios de comunicação escritos e audiovisuais, encontraram, assim, uma forma de respeitarem a greve, sem deixarem de a noticiar.
Recorde-se que este movimento volta a questionar o governo constituído pelo Syriza e pelos radicais de direita do Anel, no quadro dos compromissos assumidos com a União Europeia.
No que respeita à iniciativa dos jornalistas, esta incorpora várias reivindicações de classe e, designadamente, a manutenção de uma caixa de previdência própria, contrariando a intenção do governo, de integrá-la na Segurança Social. Exigem também que a caixa de pensões dos jornalistas continue a ser independente e não seja incluída numa caixa unificada, que seja mantida a taxa de 20% imposta à publicidade nos meios de comunicação e esta se aplique também aos meios digitais.
Esta reivindicação dos jornalistas gregos evoca uma situação semelhante, vivida pelos jornalistas portugueses, que perderam há alguns anos a sua Caixa de Previdência, que era igualmente beneficiária do modelo de descontos sobre a publicidade, ficando integrados no sistema geral, com prejuízo de legítimas expectativas criadas, em particular no tocante à Saúde.
A extinção da Caixa de Previdência dos jornalistas provocou ainda “danos colaterais”, como sucedeu com a Casa da Imprensa, instituição centenária, que viu seriamente afectada a cobertura assistencial prestada aos seus associados profissionais da Comunicação Social.
A decisão de extinguir a Caixa dos Jornalistas pertenceu ao primeiro Governo de José Sócrates, sendo então presidente daquele organismo a jornalista Maria Antónia Palla.