Jornalistas “freelancer” em França querem ter carteira profissional
Segundo este apelo, que aqui citamos do Libération, os números indicados pela Comissão referem apenas 1,5% de recusas de concessão da carteira, perante as 35 mil concedidas (ou renovadas) todos os anos:
“Isto já faz 550 pessoas e é muito sub-avaliado. Porque é preciso juntar-lhes centenas de jornalistas independentes que, sem mudarem de trabalho, renunciaram a pedir a renovação da carteira que tinham há vários anos, por falta de vontade de se baterem com a Comissão.”
“Além disso, existe uma terceira classe de ‘recusados’. Para eles, é sistemático: são jornalistas de televisão que optaram pelo estatuto de realizadores ‘intermitentes do espectáculo’. Passaram-se para o inimigo? Preferem o espectáculo, o showbiz, ao jornalismo?”
“A realidade é mais trivial: para sobreviver, quando se é jornalista independente, é mais fácil ser pago no estatuto de ‘intermitente’, a que têm direito os realizadores de documentários, do que increver-se no centro de emprego como jornalista desempregado, o que exige um termo de contrato.” (...)
“Quando há mobilizações para libertar jornalistas franceses, é em nome da liberdade de Imprensa e da coragem dos seus membros, quando, frequentemente, estão no terreno sem carteira profissional. Quando se presta homenagem a jornalistas mortos no cumprimento do seu trabalho, são jornalistas que são enterrados, mesmo que, frequentemente, sejam mortos sem carteira profissional.” (...)
O documento que citamos procura dar conta da evolução deste debate e das causas deste impasse, apelando à Comissão para que “se abra às nossas realidades profissionais de jornalistas independentes, realizadores, fotógrafos, freelancers de todos os tipos, porque defendemos no terreno os mesmos valores da Comissão.” (...)
Mais informação em L’Obs, cuja imagem aqui incluímos, e no Libération