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Jornalistas afastam-se em bloco da revista “Cahiers du Cinéma”
É o fim de uma era para a mítica revista mensal “Cahiers du Cinéma”. A equipa editorial decidiu deixar, definitivamente, a publicação, por não concordar com o perfil dos novos accionistas, optando pela cláusula de renúncia, um dispositivo que os jornalistas podem invocar em caso de mudança de propriedade.
Richard Schlagman vendeu a revista a um grupo de cerca de 20 personalidades, entre as quais proprietários de sistemas de televisão a cabo, redes de notícias e “sites” de namoro na Internet, além de produtores de cinema (Marc du Pontavice, Toufik Ayadi, Christophe Barral, Pascal Caucheteux).
Fevereiro 20
A redacção considerou que qualquer artigo sobre um filme desses produtores pode ser considerado tendencioso . A equipa rejeitou, igualmente, a nova linha editorial, que prevê que a revista se concentre no cinema francês e seja mais "amigável" e "chique".
Os jornalistas demissionários afirmam que essa nunca foi a vocação do projecto e temem que a revista se transforme numa plataforma de promoção do cinema de autor francês.
Fundada em 1951, a “Cahiers du Cinéma” tornou-se uma referência, quer para cinéfilos, quer para críticos da 7ª arte, e foi fundamental para o nascimento da "Nouvelle Vague", ao contar com a colaboração de grandes nomes do cinema francês como Jean-Luc Godard, François Truffaut ou Claude Chabrol.
