Jornalista mexicano vítima do narcotráfico homenageado em Madrid

A APM atribuíu a Javier Valdez, a título póstumo, a sua Placa de Honra, no contexto dos Premios APM de Periodismo 2016, entregando-a a Griselda Triana. Victoria Prego, presidente da Asociación de la Prensa de Madrid, recordou que o México encontra-se neste momento no terceiro lugar dos países com maior número de jornalistas assassinados, logo a seguir à Síria e ao Afeganistão.
Em conferência de Imprensa, Griselda Triana recordou que o trabalho de Valdez “incomodava a muitos”, e que não faltavam os que lhe diziam que ele não escrevia “coisas bonitas” sobre a sua cidade de Culiacán, no estado de Sinaloa:
“Mas Javier entendia muito claramente que, como jornalista, era difícil escrever sobre os jardins, o entardecer, os rios e a agricultura, enquanto todos os dias caem pessoas mortas, perfuradas, a sangrar, no meio da injustiça, da impunidade e do terror” - disse.
Era este o cenário que Javier Valdez retratava nas suas crónicas, “denunciando a falta do Estado perante a beligerância das organizações do narcotráfico”, fazendo-o com ímpeto e esperança de mudar essa realidade. Fez isso, principalmente, nos seus textos em La Jornada, de que foi correspondente durante 18 anos, e no Ríodoce, que tinha fundado há 14 anos com Ismael Bojórquez, mas também nos seus livros sobre o narcotráfico, o último dos quais, “Narcoperiodismo”, foi publicado em 2016.
A história de Javier Valdez está contada noutro local deste site, acessível pela janela de "pesquisar", sob o título - "Aumenta número de jornalistas assassinados no México".
Mais informação no site da Asociación de la Prensa de Madrid, com a qual mantemos um acordo de parceria, e no da Global Investigative Journalism Network