Nascido no México, mas emigrante, desde 1983, nos Estados Unidos, onde apresenta o Noticiero Univisión, Jorge Ramos encerrou os trabalhos das II Jornadas de Medios de Comunicación y Cultura en Español, organizadas pelo Instituto Cervantes. 

Segundo afirmou, Donald Trump “ignora” os media hispânicos, para ele “não existimos”, “não nos dá entrevistas”, e “isto é uma estratégia”, já que a ideia é fazê-los desaparecer. Sublinhou que desde o início Trump lançou a mensagem de que ia atacar os meios de comunicação latinos, e “continua a guerra”. Ele mesmo foi uma vez expulso pelo ainda pré-candidato Donald Trump, de uma conferência de Imprensa durante a campanha presidencial.  

“Os meios de comunicação em Espanha estão a perder uma grande oportunidade de entrar num mercado que está em crescimento”, o latino, por meio do qual “poderiam ter uma enorme influência nos Estados Unidos”. Os hispânicos eram desprezados como “os miúdos dos media”, acrescentou, “até que começámos a competir com os noticiários em língua inglesa, comendo-lhes parte do mercado em cidades como Miami, Chicago ou Nova Iorque”. (…)  

Jorge Ramos identificou cinco áreas nas quais, sem faltar nunca à verdade, os jornalistas devem pôr de lado a neutralidade e tornar-se activistas: “quando aparecem o racismo, a discriminação, a corrupção, as mentiras públicas, as ditaduras e as violações dos direitos humanos”. Afirmou entender o jornalismo como um serviço público, “e serviço público é questionar os detentores do poder”.  

“Não estaríamos a fazer bem o nosso trabalho  - sublinhou -  se, como jornalistas, não questionarmos e não contra-atacarmos Donald Trump.”

 

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