Jornalista guineense perseguido fala em clima de intimidação
O jornalista guineense Aly da Silva considera que o país está a atravessar uma fase de terror, o que resultará na perseguição de muitos profissionais dos “media”.
Neste âmbito, aquele jornalista pormenorizou, em entrevista para o jornal “Observador”, as agressões de que foi, recentemente, alvo.
Aly da Silva referiu que foi raptado por quatro homens, munidos com metralhadoras, que ameaçaram matá-lo. “Vamos matar-te hoje. A nossa missão é raptar e espancar”, recordou.
Mais tarde, os homens terão abandonado aquele profissional junto a um riacho. “Devem ter pensado que eu estava morto. Se o rio tivesse subido eu tinha morrido afogado”
O profissional acredita que as agressões foram motivadas pelas críticas políticas que publica no seu blogue “Ditadura de Consenso”.
Aly Silva não vai fazer nenhuma diligência judicial, por não acreditar na sua eficácia, e por estar convencido de que a ordem para a sua agressão vem do alto poder, recordando, neste sentido, o telefonema do Presidente, Sissoco Embaló.
“Primeiro mandou-me um print-screen do que escrevi e depois telefonou-me. A conversa acabou com ele a dizer-me: ‘Vou pôr-te no teu lugar'”.
Além do mais, referiu ao “Observador”: “ avisaram-me que no Palácio [presidencial] andavam a dizer que eu ia ser espancado, e fui mesmo…”
Março 21
Com isto, Aly da Silva acredita que, “não tarda nada, vão começar a aparecer cadáveres pelas ruas de Bissau, vivemos num estado de terror, vivemos o pior momento da nossa história. As pessoas vagueiam, parece que vivemos num cemitério aberto”.
O rapto e agressão de um dos jornalistas mais conhecidos da Guiné-Bissau já foi condenado pelo parlamento guineense, pelo PAIGC e 23 organizações da sociedade civil, agrupadas no Espaço de Concertação, que pediram demissão do ministro do Interior e da Ordem Pública, bem como do Procurador-Geral da República.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, negou, entretanto, qualquer envolvimento no espancamento do jornalista e prometeu que a justiça vai procurar e castigar os autores do acto.
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