Jornalista bielorrusso detido poderá estar sujeito a coacção
As autoridades bielorrussas exibiram Roman Protasevich numa conferência de imprensa, durante a qual o jornalista disse estar de “boa saúde”. O evento foi, entretanto, classificado como uma “cena kafkiana”.
Segundo assinalou o jornal “Expresso”, sentado numa das pontas da mesa, Protasevich deixou garantias de que se encontrava em boas condições de saúde, de que ninguém o tinha magoado e de que não estava a ser coagido.
“Estou óptimo, se for preciso estou disposto a submeter-me a um exame médico”, disse, citado por diversos “media”,
No entanto, quer a família do jornalista, quer a oposição bielorrussa asseguram que o jornalista estava sob coacção. “Pouco importa o que possa dizer. Não podemos esquecer-nos de que é um refém e de que o regime está a usá-lo como troféu”, reagiu Franak Viacorka, assessor da líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaia. “Isto não é uma conferência de imprensa mas sim uma cena de Kafka ou de Orwell.”
Na conferência de imprensa estiveram, ainda, presentes dois altos funcionários bielorrussos, que reafirmaram a versão de Minsk sobre a intercepção do voo FR4978 de Atenas para Vilnius e sobre a consequente detenção de Protasevich: tinham recebido uma ameaça assinada pelo grupo palestiniano Hamas a indicar que estava uma bomba a bordo, pelo que o avião teve que fazer uma aterragem de emergência.Roman Protasevich, recorde-se, é um dos co-fundadores do canal Nexta, que funciona através da rede social Telegram. Após as eleições presidenciais de 2020, este canal assumiu-se como a principal fonte de informação sobre os protestos antigovernamentais.
Junho 21
O jornalista foi, depois, acusado de organizar motins e incitar ao ódio, juntamente com o outro co-fundador da “Nexta”, Stepan Putilo.
Na sequência dessa acusação, os dois profissionais foram incluídos na lista de “terroristas”, enquanto a “Nexta” foi classificada como organização extremista.
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