Jornalista assassinada na Bulgária investigava corrupção
Segundo a mais recente classificação dos Repórteres sem Fronteiras, sobre liberdade de Imprensa, a Bulgária encontra-se no 111º lugar entre 180 países, e é de longe o pior da União Europeia.
“Numerosos profissionais dos media partilharam a sua emoção e a sua cólera nas redes sociais, recordando que se trata do terceiro jornalista assassinado na Europa, no espaço de um ano - depois do repórter Jan Kuciac, na Eslováquia, em Fevereiro, e da jornalista de Malta, Daphne Caruana Galizia, em Outubro de 2017” - escreve o texto de L’Obs, que aqui citamos. Em Agosto de 2017 tinha sido morta, na Dinamarca, a jornalista sueca Kim Wall.
“Estamos em choque; nunca tínhamos recebido ameaças de qualquer forma” - declarou um jornalista da TVN de Ruse, colaborador da vítima, a coberto de anonimato, acrescentando que ele e os seus companheiros temem agora pelas suas vidas.”
Os Repórteres sem Fronteiras exortam as autoridades da Bulgária “a fazer luz completa sobre este acto odioso”, solicitando também protecção para os colegas de Viktoria Marinova.
Mas fontes policiais declararam ter dúvidas sobre uma ligação directa entre o crime e a profissão da jornalista. “O seu telemóvel, as chaves do carro, os óculos e uma parte da sua roupa desapareceram” - precisou o procurador local, acrescando que o crime tinha provavelmente sido cometido à luz do dia. O corpo foi encontrado num parque da cidade.
As Federações Europeia e Internacional de Jornalistas, bem como o Comité para a Protecção dos Jornalistas, emitiram também comunicados de repúdio. A Federação Europeia explica, no seu texto, que os dois jornalistas de investigação convidados por Viktoria Marinova para o seu programa de 30 de Setembro, Dimitar Stoyanov e Attila Biro, tinham sido detidos pela polícia búlgara quando investigavam a destruição de documentos alegadamente reveladores de corrupção por uma empresa de construção privada, envolvendo fundos europeus.
Mais informação em L’Obs, nos RSF e na Federação Europeia de Jornalistas