“Os livros sobre o jornalismo costumam pertencer, ultimamente, ao género apocalíptico. Tudo parece estar em crise. É uma época grande para os teóricos. Mas este livro prescinde de teorias. Evita-se o debate académico e opta-se por algo mais básico, as regras práticas.” 

Dito isto, Enric González conta que lhe foi pedido que reunisse um grupo de bons profissionais e pedisse a cada um deles que explicasse os fundamentos da sua especialidade. 

É isso que sucede, e o primeiro, Miguel Ángel Bastenier (falecido em Abril de 2017), lamenta o “ataque de adjectivação” que caíu sobre o jornalismo: chama-se-lhe agora “jornalismo digital”. O seu texto é um estudo sobre este “jornalismo com apelidos”.

Aceitando que o único futuro do jornalismo é a versão digital, este autor explica como o ideal do jornal online se nos apresenta agora não como uno, mas triuno: “uma primeira versão seria o papel; uma segunda, o jornal em contínuo ininterrupto, em que o leitor obtenha sempre o último do último em tempo real; e finalmente uma terceira encarnação, que fosse a combinação que cada jornal prefira das duas anteriores.” 

A concluir, Miguel Ángel Bastenier enfatiza que todo este desenvolvimento tecnológico não anula dois valores fundamentais: o trabalho jornalístico presencial e a virtualidade da palavra escrita, “que será sempre necessária para melhor compreensão do sucedido”. 

Tanto as restantes 22 contribuições para esta primeira recolha de depoimentos sobre os géneros do jornalismo, como todos os outros trabalhos publicados nesta edição, justificam a leitura de Periodistas, que pode ser feita em PDF, no link oferecido no final do texto de apresentação.

 

O texto de apresentação, na íntegra, no site da FAPE