O último número impresso deste jornal, fundado ainda no séc. XIX, foi o de 30 de Dezembro do ano findo. A nova edição digital para tablet, intitulada La Presse+, não extinguiu o site Internet nem a aplicação para dispositivos móveis, que continuam disponíveis, mas “não oferecem uma experiência de leitura tão rica”. 

Segundo Le Figaro, que aqui citamos, é verdade que La Presse assume um risco ao apostar tudo no formato tablet, no momento preciso em que as vendas destes aparelhos abrandam e o smartphone se impõe como principal utensílio de leitura da Imprensa no mundo. 

“Mas a direcção do jornal calcula que o êxito dos computadores portáteis híbridos, com os seus ecrãs destacáveis, ocupará o espaço do tablet. Replicar La Presse+ nos smartphones não é considerado viável pelo jornal. Este meio digital precisa de um ecrã maior para uma leitura agradável. E o modelo económico gratuito financiado pela publicidade não é aplicável aos dispositivos móveis, onde as tarifas publicitárias são dez vezes menos elevadas do que no tablet.” 

A decisão de deixar a edição impressa foi tomada em 2010, mas a sua aplicação foi progressiva. La Presse+ teve a sua primeira aparição em 2013. Perante os números encorajadores, o jornal decidiu, no final de 2015, cessar a edição impressa durante a semana, mantendo só a do fim de semana com os seus numerosos suplementos. 

“Desde as primeiras semanas, metade dos 200 mil compradores do jornal passaram para a versão tablet. No final de 2017, La Presse+ reivindicava 270 mil leitores quotidianos (com pontas acima dos 300 mil visitantes únicos) e cerca de 500 mil por semana. Números bastante superiores aos da difusão paga do jornal. As edições são quotidianas e não são actualizadas em tempo real. Compõem-se de 60 a 120 ecrãs enriquecidos com infografias, vídeos e animações.” (...) 

Por todos estes motivos renunciou a propor uma versão paga. O jornal impresso custava menos de um dólar e, segundo os estudos feitos pela empresa, “só 30 mil leitores estariam dispostos a pagar por um jornal digital”. 

“Fortes taxas de leitura e raridade dos espaços publicitários permitiram a La Presse conservar receitas semelhantes às do papel, com uma tarifa publicitária de cerca de 50 euros por cada mil visitas. Mas o jornal não entra em pormenores sobre as suas contas e não indica se é rentável. A sua redacção, no entanto, continua a ser a maior no Québec, com cerca de 250 trabalhadores.” (...) 

 

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