Impresa desiste de emissão obrigacionista
A emissão obrigacionista agora retirada é a que fora lançada no princípio de Junho, e que pretendia “garantir até 35 milhões de euros, sobretudo para assegurar o revolving de dívida”. Mas o processo vinha desde Março, tendo sido prolongado por duas vezes o prazo de subscrição, conforme é descrito pelo ECO, que continuamos a citar:
“Esta operação, recorde-se, tinha sido anunciada em Março deste ano, com um valor até 50 milhões de euros. E, à data, a operação da Altice com a Media Capital estava longe de ser conhecida. Posteriormente, a emissão foi revista para 35 milhões de euros, e a operação da Altice ainda não estava anunciada ao mercado.”
“O objetivo da Impresa, liderada por Francisco Pedro Balsemão, seria usar o financiamento angariado para aumentar a maturidade média da sua dívida. Em causa estavam obrigações a cinco anos que apresentavam uma taxa de juro variável igual à Euribor a seis meses mais um prémio de risco (spread) de 4,6%.” (...)
A operação não foi possível, mesmo depois dos dois referidos alargamentos do prazo, pelo que o ECO conclui que a sua revogação “deverá significar que a Impresa não conseguiu cativar o interesse dos investidores pela sua emissão”.
O ECO recorda ainda que, quando a Altice anunciou a compra da Media Capital, dona da TVI, a Impresa emitiu um comunicado afirmando que “é, e sempre foi, a favor da concorrência leal num mercado que funcione de forma sã, bem como do pluralismo na comunicação social.” Mas acrescentou: “Estamos confiantes de que os reguladores portugueses e europeus terão estes dois princípios em conta quando se pronunciarem sobre a operação em causa.”
Por sua vez, segundo o Jornal de Negócios, “o arranque da semana está a ser negativo para os títulos Impresa na bolsa de Lisboa”, depois deste cancelamento, tendo as acções do grupo recuado “5,12% para 37,1 cêntimos, o que representa a maior queda desde 13 de Julho deste ano; a liquidez do título para já é baixa, tendo trocado de mãos mais de 222 mil títulos, quando a média diária dos últimos seis meses é superior a 945 mil acções”.
“Apesar da desvalorização registada, as acções da Impresa, desde o arranque de 2017, contam com um ganho de 99,47%. A capitalização bolsista da empresa ascende a 63,7 milhões de euros” - afirma ainda o texto citado do Jornal de Negócios.
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