No editorial de abertura, o então director do oficioso Diário da Manhã, José Manuel da Costa, evita, naturalmente, qualquer referência explícita às diferenças entre os regimes políticos presentes no acto  -  de um lado uma Monarquia constitucional, com um Parlamento forte, do outro uma República transformada em ditadura de partido único. 

O título do seu texto concentra-se numa palavra  - “Amizade” -  e, na primeira e na última frase, encontramos a leitura oficial então possível: 

“O melhor calor que pode aquecer o coração do Homem é o da amizade leal e pura, capaz de resistir à contradição das ideias, à violência dos interesses ou à volubilidade dos caprichos.” (…)

“Deus ajude os dois Povos Amigos e os Seus Altos e Legítimos Representantes.” 

Como descreve o texto de apresentação deste número especial: 

“A importância da visita da representante do ‘mais antigo aliado de Portugal’ foi correspondida com um programa de visitas com a presença dos mais altos dignitários do país, designadamente o Presidente da República, Craveiro Lopes, e o Presidente do Conselho, Oliveira Salazar. Os percursos por pontos seleccionados do território nacional (Lisboa, Alcobaça, Nazaré, Batalha, Porto), as cerimónias oficiais e os actos públicos contaram com o olhar atento de jornalistas e fotógrafos.”

 

A edição especial sobre a visita da Rainha Isabel II