Há países tão perigosos que “se esvaziaram de jornalistas”

A Síria foi, como no ano anterior, o país mais mortífero, com doze jornalistas mortos, mas o México, com onze, vem à frente do Afeganistão (nove), Iraque (oito) e Filipinas (quatro). O México é o país “em paz” considerado o mais perigoso do mundo para o trabalho dos jornalistas, aquele onde “os cartéis da droga e os políticos locais fazem reinar o terror”.
A redução no número de mortes em serviço, para a qual terão contribuído também várias resoluções votadas na ONU e procedimentos de segurança mais rigorosos seguidos pelas próprias redacções, não se aplica, neste ano, às mulheres jornalistas: foram mortas dez, em 2017 (cinco em 2016).
“A maioria delas tinha em comum serem jornalistas de investigação experientes e tenazes. Apesar das ameaças, continuavam a investigar, a revelar casos de corrupção, como faziam Daphne Caruana Galizia, em Malta, Gauri Lankesh, na Índia, ou Miroslava Velducea, no México.”
Christophe Deloire, secretário-geral dos Repórteres sem Fronteiras, sublinha a importância da reportagem que fazem os jornalistas de investigação envolvidos nesses grandes temas da corrupção, dos escândalos ambientais ou do extremismo violento, e a coragem que revelam:
“Realizar investigação em determinados países em situação de paz está a tornar-se tão perigoso como cobrir um conflito. Esta situação alarmante lembra-nos da necessidade de reforçar os mecanismos internacionais de protecção dos jornalistas.”
Quanto aos jornalistas detidos, há hoje um número invulgarmente elevado de casos em países que não eram habitualmente designados como “países-prisão”, como a Rússia e Marrocos, por exemplo. Mas cerca de metade dos jornalistas presos, em todo o mundo, estão em cinco países, com a China e a Turquia consideradas “as maiores prisões de jornalistas do mundo”.
Mais informação no texto de apresentação do relatório e no balanço das vítimas