Governo moçambicano pressiona jornalistas a fazerem auto-censura
O Presidente moçambicano pediu aos “media” que respeitassem a dignidade humana na cobertura da violência armada em Cabo Delgado, criticando, ainda, a proliferação das organizações noticiosas.
“Se é naturalmente compreensível a procura a todo o custo de notícias e imagens sobre a violência terrorista, o jornalista e o órgão de comunicação social devem sentir obrigação moral de reportar respeitando as regras de dignidade humana”, disse Filipe Nyusi.
Além disso, para o Presidente, a proliferação dos “media” no país propicia o desrespeito pela deontologia profissional e pela vida, situação causada pela busca de audiência. “A importância do sofrimento humano não pode ser reduzida a meros actos de competição para atrair audiências”.
“Sente-se na nossa sociedade uma preocupação sobre tendências para o desrespeito pelos mais elementares princípios éticos e sociais. Vive-se o desrespeito pelos valores da família, dignidade da mulher e da criança pelos órgãos da comunicação social”, apontou.
Recorde-se que Cabo Delgado tem vindo a ser atacado desde 2017 por grupos “jihadistas” islâmicos, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projecto ACLED, e 714 mil deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
Maio 21
Conforme indicam os relatórios da Freedom House, Moçambique é um país parcialmente livre, onde os jornalistas são encorajados pelo governo a praticarem auto-censura. O país encontra-se em 108º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, que avalia um total de 180 países.
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