Google “namora” os Media com promessas de apoio
Assim, o director de negócios da Google, Philipp Schindler, anunciou no seu blog que a empresa vai disponibilizar mais 300 milhões de dólares para apoio ao jornalismo digital nos próximos três anos, por meio da Google News Initiative. O objectivo declarado é o de “fortalecer o jornalismo de qualidade, apoiar modelos de negócio sustentáveis e dar força às redacções por meio da inovação tecnológica”.
Quanto à luta contra a desinformação, a empresa anunciou o lançamento da DisifoLab, para detectar artigos falsos, tendo em vista as eleições de Novembro, nos EUA. “É a continuação da iniciativa CrossCheck, testada na Europa para combater a desinformação durante as últimas eleições na França e no Reino Unido.”
Há mudanças nos algoritmos da Google e do YouTube, também para pôr em destaque as fontes consideradas fidedignas. E a empresa associou-se ao Instituto Poynter, à Universidade de Stanford e à Associação de Media Locais para lançar MediaWise, um projecto de literacia digital dirigido aos jovens.
Uma outra iniciativa vai facilitar aos utentes tornarem-se assinantes de “meios de comunicação de qualidade”, pagando pela GooglePay e passando a ter acesso aos conteúdos em qualquer dispositivo, “sempre que entrem a partir da sua conta de Google”.
Por outro lado, o vice-presidente da empresa, Richard Gingras, declarou que os editores vão passar a ter acesso aos endereços de correio electrónico dos seus assinantes, para estabelecerem a sua própria relação com eles. Embora não tenha entrado em pormenores sobre como serão repartidas as receitas, afirmou que “será um modelo muito generoso com o editor”.
Há outras iniciativas a caminho, como uma que vai servir-se da inteligência artificial para detectar os utentes com “propensão a tornarem-se assinantes” e colocar esta informação no News Consumer Insights, para que os meios “sejam capazes de entender e segmentar as suas audiências”. (...)
E o texto que citamos conclui:
“Em última instância, a pretensão da Google é semelhante à do Facebook: manter os editores nas suas plataformas. No caso da Google, a sua intenção é que utilizem a Net em vez das aplicações móveis. Mas, principalmente, esta empresa teve que acabar por reconhecer, diante da indústria do jornalismo - nas palavras de Philipp Schindler - que ‘se tu não cresces, nós não crescemos’.”
O artigo citado, em Media-tics