Formação de jornalistas em Timor-Leste com apoio português…
Os jornalistas timorenses, especialmente os mais jovens e com pouca experiência, sentem dificuldades na relação com as fontes, no acesso à informação e em critérios de tratamento de notícias, revelou um estudo do projecto Consultório da Língua para Jornalistas.
Com base em dezenas de inquéritos e entrevistas, o estudo traçou, igualmente, um perfil profissional do sector em Timor-Leste, uma classe “bastante jovem” e com poucas bases de formação básica escolar, com a maioria dos jornalistas a exercer funções há menos de dez anos.
Como tal, os jornalistas destacaram, entre as maiores dificuldades, a falta de formação e de tempo, considerando essencial, no futuro, “workshops” para aperfeiçoar as técnicas de escrita.
Além disso, o estudo apontou uma “forte politização das notícias”, sendo que “a proximidade entre os jornalistas e a classe política é muitas vezes de grau familiar, o que acaba por afectar, de alguma forma, a liberdade profissional”.
Por outro lado, entre os aspectos positivos, o estudo destacou “o uso do presente do indicativo na construção dos títulos, a escrita sem adjectivos qualificativos e a colocação de uma única ideia por frase”.
O estudo acrescenta, neste âmbito, que “a falta de consciencialização em relação à missão e ao exercício da própria profissão foi uma das maiores fragilidades assinaladas".
Este relatório surge no contexto das iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas pelo Consultório da Língua para Jornalistas, que é financiado pelo Governo português, e que apoia, há vários anos, a formação de colaboradores dos “media” em Timor-Leste.
Maio 22
Entretanto, uma das formadoras envolvidas no projecto, Carina Valério, considerou que o estudo é “um ponto de partida” para a segunda fase da iniciativa, que, depois de se focar nas competências em língua portuguesa, irá, agora, apostar na formação técnica.
Da mesma forma, o Consultório da Língua para Jornalistas considera essencial ajudar estes profissionais a “desenvolver o pensamento crítico dos jornalistas, para que despertem a curiosidade pelo mundo, queiram conhecê-lo e fiscalizá-lo”.
Timor-Leste encontra-se em 17º lugar do Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, entre 180 países.
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