A desconfiança em relação ao Facebook, gerada pelo escândalo da Cambridge Analytica, tem levado muitos media a afastarem-se dessa rede social, “para preservarem a sua independência e demarcarem-se das práticas que levaram a empresa de Mark Zuckerberg quase ao abismo”.

Segundo Media-tics, que aqui citamos, “Schlaefli propôs que não se aposte tudo na carta Facebook e se diversifiquem os canais de distribuição dos nossos conteúdos”. Sugeriu também que se aproveite o momento em que se encontra esta rede, agora mais disposta a escutar os editores:

“É provável que Zuckerberg preste atenção aos editores e esteja disposto a criar com eles um modelo de negócio que seja satisfatório para todos e resolva alguns dos pontos negativos que até agora escureceram a relação.” (...)

O mesmo orador convidou os media a adoptarem um “comportamento multi-canais”, distribuindo conteúdos por diversas plataformas, sempre adaptados à natureza de cada uma. A mensagem é que sejam todos aproveitados, desde o vídeo (especialmente em directo) e o podcast até à voz transmitida pelos meios de IA (inteligência articial) já no mercado e sem deixar de lado o tráfego SEO (search engine optimization). 

Durante o encontro falou-se também da crise do jornal impresso, mas vários intervenientes sublinharam que só o que realmente não traga nada de novo está condenado a desaparecer: 

“Aqueles que souberem criar produtos impressos de qualidade, dirigidos a uma audiência muito concreta, e que proporcionem uma experiência diferente, serão os que vão poder não só manter os seus meios impressos como ainda criar novos produtos com saída no mercado. Portanto, não há que pôr de parte o papel. É o momento de criar produtos para um consumo tranquilo, íntimo. Algo que permita fugir da rotina dos ecrãs, das notificações e das mensagens constantes.” 

“Explorar a via do papel não é nenhum retrocesso, mas sim o caminho para a criação de produtos jornalísticos premium, que têm muito para dar aos meios de comunicação e aos leitores.” (...) 

Outros temas em debate foram as assinaturas como forma de sustento, as tecnologias (ainda mal conhecidas) do blockchain e sua possível utilização pelos media e outros modelos de captação de recursos publicitários.

 

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