Depois das polémicas decorrentes das suas alterações no algoritmo que governa o fluxo de notícias, o Facebook tomou a sério o facto de a Google ter passado a ser vista como mais amiga do jornalismo e encarregou a sua chefe de relações com a Imprensa, Campbell Brown, de reverter a situação. 

Numa conferência sobre o futuro dos media, realizada em Março em Nova Iorque, Campbell Brown explicou que temos aqui duas dinâmicas contraditórias: a cultura das empresas de tecnologia é a de viverem num estado constante de experiência e de mudança, enquanto as empresas que procuram construir um negócio “buscam estabilidade e consistência”. 

A solução é agir com transparência “e fazer compreender aos media que devem estar dispostos a aceitar este risco”. 

Brown garante que a intenção do Facebook é ajudar a Imprensa “a encontrar um modelo de negócio que funcione”, mas não a qualquer preço. Já não dará prioridade às notícias pela lógica do clic fácil e do sensacionalismo, “mas àquelas que procedem de fontes fiáveis e de qualidade”. 

Segundo Media-tics, que aqui citamos, “um dos seus objectivos será trabalhar com os editores e outros actores implicados para chegar a um consenso sobre dez ou quinze sinais de qualidade”. (...) 

Na sua conferência denominada F8, nos dias 1 e 2 de Maio, Mark Zuckerberg anunciou um botão para apagar o nosso histórico no Facebook (quase todos os dados que tenhamos deixado com a nossa actividade) até outras novidades relacionadas com a comunicação. 

A conferência da Google, realizada pouco depois sob o título I/O 2018, anunciou a nova versão da Google News, a plataforma agregadora de notícias desta empresa, que deverá chegar muito brevemente a 127 países. 

“No meio de tanta informação, surgem constantemente novas vozes. Há mais conteúdo diversificado para descobrir e, mais do que nunca, produz-se jornalismo de qualidade”  - refere o gigante online, explicando que, “para facilitar o acompanhamento e a compreensão de tudo, decidimos unir todos os nossos produtos de noticias numa única experiência unificada”. 

“Estamos a apresentar um novo Google News que utiliza o melhor da inteligência artificial de forma a ir ao encontro do melhor da inteligência humana, a fantástica recolha de informação realizada pelos jornalistas de todo o mundo”  - promete a tecnológica norte-americana. 

Entre as funcionalidades da nova versão do Google News está a opção “cobertura completa, que pretende disponibilizar uma imagem mais detalhada de como os assuntos são tratados a partir de diversas fontes, bem como a funcionalidade Newsstand, que visa facilitar encontrar e seguir determinadas fontes, sendo que passa a ser mais fácil a subscrição de fontes noticiosas através da conta Google do utilizador”. 

“Uma das novidades mais importantes foi Android Things, um sistema operativo baseado no Android pensando nos dispositivos da Internet das Coisas. (... ) A ideia da Google, de repetir o padrão que fez reinar nos smartphones, é mais do que inteligente: a empresa não cobra aos fabricantes por integrarem o seu sistema operativo. Os rendimentos chegam na forma de dados dos utentes e de compras na Google Play. Quase nada.” (...)

 

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