O autor cita igualmente o último Relatório Anual da Asociación de la Prensa de Madrid, sobre a situação da precariedade e degradação do estatuto profissional neste país.  Bem como o estudo intitulado Características de los periodistas online españoles: consolidación de una profesión en un contexto de crisis económica, das professoras Luisa Martínez García e Celina Navarro Bosch, da Universidad Autónoma de Barcelona (UAB), o qual destaca, entre as suas conclusões, o seguinte:

“A economia digital, que subentende, entre outras coisas, uma equipa de trabalhadores reduzida, é uma arma de dois gumes para os jornalistas empreendedores [autónomos]:  por um lado, permitiu-lhes uma continuidade laboral (a um custo elevado, que assumem) mas, por outro, não favorece a especialização, nem dos jornalistas nem dos conteúdos, tão necessários num contexto em que são os algoritmos que fazem a agenda da realidade.” 

Miguel Ormaetxea menciona, a seguir, um relatório publicado na revista  Cuadernos de Relaciones Laborales, da Universidad Complutense de Madrid,  intitulado  Aprendices explotados. Precarización del trabajo periodístico a través de una lógica abusiva de becas y prácticas

O título é suficientemente explícito. No texto, entre outras coisas, encontramos:

“Uma enorme percentagem do trabalho no sector do jornalismo é feito por redacções ocultas fora de contrato, falsos independentes e estagiários e estudantes em treino, gratuitamente ou em condições precárias. Entretanto, nas redacções despedem-se trabalhadores e reduzem-se salários.” 

Tendo citado outra investigação, segundo a qual metade dos inquiridos se revela pressimista quanto ao futuro da profissão, o autor conclui: 

“É claro que os profissionais nesta especialidade, entre os quais me conto, com mais de 45 anos de serviço, temos as nossas próprias responsavilidades nestes factos lamentáveis. Há que fazer auto-crítica.” 

“No entanto, as diversas faculdades, escolas e mestrados, continuam cheias de aspirantes ao jornalismo e, todas somadas, lançam na rua cerca de dois mil licenciados por ano. Alguma coisa estamos a fazer mal.”

 

O artigo aqui citado, na íntegra em Media-tics.