O acesso pago de El País será, em princípio, bastante “poroso”, conforme a fonte citada. 

“A ideia é que os leitores possam continuar a consultar a maior parte dos conteúdos online, como até agora, para não prejudicar os números da audiência, que em Novembro ficou acima dos vinte milhões de visitantes únicos, em comparação com os 19,95 de El Mundo.” 

“Todos desejam fazer-se pagar, porque é a única maneira de sustentar o negócio, a longo prazo, mas ninguém quer prejudicar um tráfego que custou a conseguir e que mantém as receitas da publicidade, que durante muito tempo vão continuar a ser o principal suporte económico dos media na Internet.” 

“Para evitar a temida fuga, El País procura oferecer um pacote de assinatura a um preço muito acessível, mas dotado de uma série de benefícios para quem decida pagar. Uma barreira de entrada mínima, semelhante à das plataformas de vídeo em streaming: a Netflix oferece o seu plano mais barato por 7,99 euros, o qual, mesmo que vá subir brevemente, está assim desde o princípio e é a chave da exponencial conquista de assinantes que obtém todos os meses.” 

“O problema é que a Netflix não oferece conteúdos gratuitos em parte nenhuma, e nunca o fez  - o que não sucede com os jornais, que ainda por cima terão de superar as reticências de alguns leitores, descontentes com o sector de modo geral.” (...)

A esperança, neste plano, é que o jornal “consiga manter os grandes números da sua audiência, provenientes de leitores que procuram apenas a informação básica do dia a dia, enquanto aos poucos vai conseguindo que outros, mais avançados, comecem a pagar em troca de conteúdos exclusivos e benefícios adicionais”. (...) 

Estes, por sua vez, “serão conhecidos pelo jornal, que poderá utilizar essa informação para melhorar a publicidade que lhes apresenta, cobrando mais caro e aumentando, assim, a receita por esta via”. (...)

 

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