Sem enjeitar essa crise que tem vindo a minar e a enfraquecer a imprensa tradicional, os responsáveis do Ebdo estabeleceram diferenças no seu projecto, criando algo mais motivador.

Desde logo, não será um magazine destinado a cobrir a actualidade, mas, sim, um jornal apostado em “armar intelectualmente o leitor, ajudando-o na sua vida quotidiana”. Ebdo será “uma espécie de universidade para todos”, o que permitirá atrair um público mais alargado, como sublinha Thierry Mandon, director geral do projecto.

O semanário será estruturado num formato longo, incluindo páginas de fotos e banda desenhada.

O Ebdo procurará, sobretudo, demarcar-se dos seus concorrentes, afirmando-se numa atitude de independência, no sentido de restabelecer o nível de confiança entre os leitores e o jornalista.

A ausência de publicidade visa contornar qualquer suspeição em relação a esse ideário de independência.

Para evitar que o jornal tenha um rótulo excessivamente parisiense, o recrutamento para a redação será geograficamente repartido.

A versão digital do Ebdo utilizará uma fórmula muito interactiva, com os visitantes em diálogo com redacção, havendo um jornalista designado para articular esse contacto.

Na versão em papel, o projecto propõe-se alcançar os 120 mil exemplares de circulação paga, a maior parte sob a forma de assinatura.

O Ebdo necessitará de um orçamento anual de 15 milhões de euros e espera reunir no seu capital fundador uma dúzia de investidores, com o objectivo de subscreverem cerca de 2 milhões de euros.