“Distrinews II” perde publicações a favor da Vasp

“Com a distribuição entregue à Vasp, a questão de alguns editores prende-se agora também com a recuperação dos montantes em atraso, que em alguns casos atinge quantias significativas. Depois, e a manter-se a actual situação, a distribuição da grande maioria dos títulos editados em Portugal passa a ser assegurada por uma única distribuidora, situação que, na opinião de algumas das editoras ouvidas pela M&P, também não é a ideal.”
Os atrasos de pagamentos à Moon Media, que edita a Casas de Portugal e a Urbana, começaram em Março mas tornaram-se “verdadeiramente graves no final de Julho, quando eles não pagaram mesmo e até agora nunca mais pagaram”, segundo declarou à M&P um seu responsável.
Segundo a nota enviada pela distribuidora aos seus clientes no final de Novembro de 2016, “face à evolução deste sector, optámos por nos dedicar em exclusivo à distribuição de publicações e produtos cuja periodicidade não seja diária. Neste sentido iremos deixar de distribuir os jornais diários Público e A Bola, com quem tivemos a honra de trabalhar nos últimos 15 e 13 anos, respectivamente”. (...)
A decisão resultava de “um acordo com os accionistas/clientes, uma vez que a rentabilidade de uma distribuição diária, 362 dias por ano, só é interessante se existir escala”. Ou seja, com a queda de vendas e sem expectativas de que voltem a crescer, fazer chegar diariamente jornais a todos os pontos do país não só não era rentável como era uma operação deficitária.
Este entendimento é, infelizmente, coerente com a descrição do crescente papel assumido pelas grandes plataformas digitais em relação ao jornalismo e, por extensão, a toda a actividade editorial. Depois de terem chamado a si a fatia maior do “bolo” publicitário e de se terem tornado, por via dos seus algoritmos, “editores” não assumidos, passaram a ser também, sobretudo junto dos utentes de dispositivos móveis, os verdadeiros distribuidores directos dos conteúdos publicados.
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