Ramirez foi, aliás, peremptório, ao vaticinar o fim dos jornais impressos. Essa convicção levou a presidente da FAPE, Elsa González, que se incumbiu de apresentar este jornalista veterano, a classificá-lo como “grande provocador”, e uma das figuras essenciais do jornalismo em língua espanhola.

Depois de defender o jornalismo digital de qualidade, Ramirez, antigo director do El Mundo, disse ter uma visão do sector carregada de preocupação, porque “a idade de ouro que alguns vinham augurando, não está a viabilizar o modelo de negocio que permita o necessário desenvolvimento”.

“A crise económica geral – disse -  terá terminado, mas a da imprensa, não. É mais continuada, havendo uma tendência de destruição do emprego no sector e de diminuição do elenco de colaboradores e de investimento destinado à informação”.

E conclui: “vejo um risco de proletarização do jornalismo digital, como consequência da debilidade do modelo de negócio”.

Sobre a situação na Catalunha, Ramirez opinou que aqueles que estão a promover a secessão são “personalidades muito pequenas que estão a jogar com elementos muito fortes” (…) Vai ser uma coisa de opereta, de sainete, do género chico espanhol”.