Director da BBC proíbe jornalistas de opinar nas redes sociais
Perante um quadro de “guerra aberta” com o governo de Boris Johnson, que questiona a parcialidade do operador público britânico em questões políticas, o novo director-geral da BBC, Tim Davie, expôs os quatro objectivos que quer implementar: renovar o seu compromisso com a imparcialidade, concentrar esforços em conteúdos únicos de alto impacto, reforçar a aposta digital e alcançar maiores receitas comerciais.
Em relação a estas condições, a mais polémica é, sem dúvida, aquela que obriga os jornalistas da BBC a absterem-se de tecer comentários políticos no Twitter, precisamente, em nome da imparcialidade que o novo responsável do operador público britânico pretende implementar como profissão de fé.
"Não se trata de abandonar os nossos valores democráticos, tais como a defesa de um debate justo e equilibrado, ou o repúdio de qualquer forma de racismo. Trata-se de nos libertarmos de qualquer preconceito político, e de sermos guiados pela procura da verdade, não de uma agenda em particular", afirmou Davie. "Nas próximas semanas, apresentaremos mais recomendações para manter essa imparcialidade. Haverá novas regras relativas às redes sociais, e estas serão rigorosamente aplicadas. (...) Serão, também, promovidos cursos de formação”.
Além disso, Davie afirmou querer concentrar-se em produtos que distingam a BBC de plataformas “on demand”, que têm vindo a roubar protagonismo e audiências.
"Quero que pensem no que podíamos fazer se tivéssemos apenas 80% do tempo de antena que temos agora", disse Davie. "Onde é que travaríamos? Não se trata de cortes, mas sim de colocar o nosso financiamento naquilo que gera mais valor”.
Setembro 20
Recorde-se que Davie veio substituir Tony Hall, que dirigiu a BBC durante sete anos, numa época, especialmente, controversa.
No início deste ano, a BBC enfrentava um boicote editorial do Governo, com ministros a recusar a presença em programas televisivos, em protesto contra a cobertura jornalística do operador no decorrer das últimas eleições.
Davie ficou incumbido de continuar a proceder a cortes orçamentais, que já significaram a redução de programas de informação local e de investigação.
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