Director da “Al-Jazeera” teme restrições à liberdade de Imprensa
Em declarações à agência Lusa - que aqui citamos do DN – Media, Mostefa acrescenta que essa atitude “é expectável” da parte de países onde “não há liberdade”:
“Não podem aceitar que um vizinho, o Qatar, tenha uma instituição como a Al-Jazeera, que é um bastião da liberdade de Imprensa.”
Mostefa Souag desvaloriza os que qualificam a Al-Jazeera - palavra que significa “ilha”, em árabe - como um órgão de comunicação parcial e tendencioso:
“Tentam encontrar qualquer coisa para atacar a Al-Jazeera mas, até agora, só usaram coisas fora de contexto, para nos acusar de distorcer. Nenhum desses países, ou outros, que nos acusam de má conduta, apresentaram quaisquer provas”, afirma. (...)
“Outra das críticas tem sido a cobertura que a estação faz do próprio Qatar, país que a acolhe e onde o argelino Mostefa Souag vive desde 2005, constatando uma ‘grande evolução’ em termos de liberdade de Imprensa e de media.”
“Cobrimos os assuntos do Qatar que interessam ao nosso público, mas não somos uma televisão local e, por isso, não cobrimos assuntos locais, que, aliás, são cobertos pelas muitas televisões locais”, distingue. (...)
Ainda sobre esta questão, o diário britânico The Guardian publica um artigo onde se afirma, citando fontes diplomáticas, que “estes assuntos não podem ser resolvidos, em parte porque não são apenas políticos - são também pessoais”.
“Os governantes têm relações de família, e os laços entre os Sauditas, os dos Emirados e os Qataris são muito, muito próximos uns dos outros”, segundo uma fonte altamente colocada na região:
“Isto significa que as grandes questões políticas são também questões de família. E tornaram-se muito difíceis de resolver, especialmente porque os Sauditas e os dos Emirados querem mudança de regime.”
“No meio turbulento da política no Médio Oriente, onde monarcas absolutos se fazem valer pela sua linhagem e religião, as divisões familiares são habitualmente contidas distribuindo privilégios e dinheiro. No entanto, estes tempos são tumultuosos no mundo árabe, o que torna esta ‘Guerra dos Tronos’ muito mais perigosa.” (...)
Mais informação em The Guardian, que revela a “árvore genealógica” do Qatar