Defender o ambiente é perigoso para os jornalistas
Segundo o Público, que aqui citamos, o referido estudo foi encomendado por Forbidden Stories, um consórcio de meios de comunicação internacionais que inclui o Expresso, The Guardian, El País e Le Monde.
Numa série de reportagens intitulada Green Blood, este consórcio propõe-se relatar o impacto que as actividades de extracção de recursos naturais têm no ambiente e nas comunidades, e dar continuidade ao trabalho de jornalistas que foram forçados a abandonar as investigações, nomeadamente na Tanzânia (minas de ouro), na Guatemala (minas de níquel) e na Índia (extracção de areias), segundo explica The Guardian.
Além dos assassínios confirmados, muitos outros jornalistas são “vítimas de violência, assédio, intimidação e processos judiciais”.
De acordo com o relatório do CPJ, a Índia é um dos países mais perigosos para jornalistas de ambiente, com três dos 13 casos de assassínios. Também as Filipinas contabilizam três mortes. Os restantes países na lista negra do relatório são Panamá, Colômbia, Rússia, Camboja, Birmânia, Tailândia e Indonésia.
O jornal The Guardian menciona o caso de Jagendra Singh, um jornalista assassinado em 2015, que foi regado com gasolina e incendiado. Pouco antes da sua morte, tinha dito nas redes sociais que estava a ser ameaçado e que temia pela sua segurança, devido a uma investigação sobre dragagens ilegais no rio Garra, no Norte da Índia.
“Políticos, bandidos e polícias, estão todos a perseguir-me. Escrever a verdade está a ter um peso muito grande na minha vida” - escreveu.
A polícia indiana afirma que o repórter se suicidou, uma versão que é rejeitada pela família de Singh, a quem foi oferecido dinheiro para aceitar a tese oficial.
Mais informação no Público, em The Guardian e nas Forbidden Stories