A autora reflecte sobre os motivos: 

“É fácil compreender porquê. Tudo muda a toda a hora e a corrida de cavalos pelos cliques está a deixar a ‘indústria’ dos media zonza. Os jornais continuam desesperados à procura de um modelo de negócio e a tecnologia dá-nos ferramentas novas todas as semanas — hoje é o drone journalism e os robôs usados na moderação dos comentários dos leitores online, em 2020 será outra novidade qualquer.” 

“Além disso, a palavra de ordem é ‘experimentar’ e há experiências que correm bem e outras que correm mal  — e muitas têm corrido mal. A cereja é a cegueira perante as modas. Há anos que vestimos a camisola da ‘nova tendência’ para a despir e vestir uma ‘nova tendência’ no ano seguinte e pelo meio nem paramos para pensar.” 

Bárbara Reis ironiza, depois, sobre algumas das ideias propostas para este debate sobre as redacções em 2020: a moda dos podcasts, a das notícias cada vez mais breves... 

A concluir, aceita que “salvou o debate” Alexandra Borchardt, directora de desenvolvimento estratégico no Instituto Reuters, quando “propôs que as redacções do futuro façam ‘menos e melhor’ (...) e ‘menos’, no caso, é menos quantidade de notícias, não menos trabalho; menos textos, mais profundidade”. 

“Não contem apenas os cliques. Contem os cliques em função dos vossos valores e da vossa estratégia. Não andem atrás dos vossos jornalistas com listas de cliques.” (...) 

“Eu que embirro com discursos em slides, adopto o último slide de Alexandra Borchardt. ‘Resume-se a isto’, era o título. Dos sete pontos, partilho o último: ‘Primeiro, valores; segundo, estratégia; terceiro, audiências.’ Que sejam estas as redacções do futuro.”

 

O artigo citado, na íntegra, no Público