Rodriguez nomeou quatro factores que considera fundamentais para o crescimento da desinformação:

1-   O facto de os media terem perdido a exclusividade como intermediários entre a informação e os cidadãos;

2-   A facilidade de disseminação de boatos, fraudes e mentiras a partir das redes sociais;

3-   O crescente uso de estratégias de desinformação, tentando disfarçar a verdade através da manipulação de palavras e actos (ex: Zapatero fala de "desaceleração transitória" para não mencionar a palavra crise);

4-   O abandono da disciplina de verificação e das fontes fiáveis, que era a base da credibilidade e do prestígio dos jornalistas.

 

Á introdução, feita pelo Presidente, seguiram-se duas mesas redondas. A primeira, intitulada "Análise do fenómeno global da proliferação de fraudes e notícias falsas. Situação na Espanha”, foi moderada por Lorena García, directora e apresentadora de “Noticias de la Mañana”, na Antena 3.

 

No debate, Alba Precedo, do Infolibre, falou do papel do Instagram e do Whatsapp na desinformação, bem como da falta de controlo que existe nestas redes.

 

Raphael Minder, correspondente do New York Times em Espanha, fez referência ao papel do poder político na luta contra a desinformação e à duplicação do número de governos que fizeram campanhas com base em fake news.

 

Jose Cepeda, senador e membro do Conselho da Europa, afirmou que o Conselho está preocupado com a desinformação, pois a informação verdadeira e objectiva é fundamental na sociedade para o exercício do voto.

 

M.ª Luz Peinado, chefe de redacção da Verne, constatou que há muito que os meios de comunicação social perderam o monopólio da informação e que as redes sociais, e outros canais alternativos, estão fora do controlo dos media.

 

Para David Ferrero, porta-voz da Vost Madrid, o custo das notícias falsas é alto, “em alguns casos vidas humanas, como aconteceu na India e no México” e, por isso, é necessário dar à população meios para distinguir as notícias verdadeiras das falsas.

 

O segundo debate, com o título “a batalha contra a desinformação, que medidas estão a ser tomadas pelas plataformas tecnológicas, media e jornalistas?”, contou com os oradores Olga Lambea, Clara Jiménez, César González e teve Jon Ariztimuño, director de informação da Radio Televisión de Madrid, como moderador.

 

Olga Lambea, jornalista da RTVE, expressou preocupação pela forma como os políticos se dirigem aos cidadãos através das redes sociais, sem o filtro dos jornalistas.

 

O gerente de Relações Institucionais da Google, Antonio Vargas, promoveu o desafio de tentar encontrar um equilíbrio no meio digital, de forma a garantir que as notícias sejam verdadeiras, bem como o direito à liberdade de expressão e à informação.

 

Clara Jiménez, co-fundadora da Maldita.es, aposta na literacia mediática e digital, ressalvando que “a vida online é a vida real que temos como cidadãos”, e refere que os jornalistas têm de trabalhar com as grandes plataformas e exigir maior transparência.

 

César González, director, de informação de LaSexta, assegurou que é necessário um controlo maior sobre as fake news por parte das grandes plataformas, sugerindo sanções caso não cumpram. Falou, também, da mudança no sector da informação, devido à partilha de conteúdos por parte dos espectadores, que passam a ser uma forma de difusão de informação, mas sem os conhecimentos ou a ética esperada por parte dos media.

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