Desconhecem-se os valores em causa no negócio, mas a transacção respeita a mais de cem milhões de fotografias e de 800 mil vídeos que integram a colecção Corbis, entre as quais uma das imagens icónicas do massacre de Tiananmen, sistematicamente censuradas no país do novo proprietário.

Esta transacção reforça o poder do Visual China Group, que adquire um controlo maior no mundo das imagens, já que, além de receber o espólio da Corbis, assinou ainda, e em paralelo, conforme revelou o DN, uma parceria com a Getty Images, outra gigante da fotografia e o principal rival do banco de imagens fundado por Bill Gates.


Com esta parceria, o grupo chinês fica, assim, responsável pela distribuição e o licenciamento das imagens da Getty fora da China.


O banco de imagens, com sede em Seattle, começou a ganhar expressão ao adquirir a colecção francesa Sygma e as imagens do arquivo Bettmann. A mudança de mãos surge, entretanto, numa altura em que a agência registava vendas anuais na ordem dos 239 milhões de euros, embora sem conseguir apresentar lucros.


O fundador do China Digital Times, Xiao Qiang - a plataforma que agrega notícias censuradas ou suprimidas pelo governo chinês -, mostra-se preocupado com a posse das fotografias da manifestação na Praça de Tiananmen por parte do Visual China Group.


Contudo, o  The New York Times, citando uma fonte envolvida no processo, assegura que essas fotografias vão permanecer no arquivo do grupo e continuar a ser vendidas para todo o mundo, embora continuem censuradas na China.