O processo de decisão é condensado em dois breves parágrafos do comunicado:

"A directora do Público e o Conselho de Administração do Público acordaram fechar, no próximo mês de Novembro  - altura em que Bárbara Reis completa sete anos à frente do jornal -  um longo ciclo da sua vida profissional." 

"Este confortável horizonte temporal permitirá ao Conselho de Administração, com transparência e serenidade, preparar um novo ciclo." 

Os motivos de fundo não são desenvolvidos, mas fica explícito o que se pretende evitar:

 

“Perante os rumores dos últimos dias, o Conselho de Administração entendeu ser preferível antecipar a divulgação deste processo. As especulações sobre conflitos ou simples desentendimentos tornar-se-iam fortemente desestabilizadoras do jornal e, em acréscimo, seriam particularmente injustas para com a sua directora.”  (...)

 

“Desde o primeiro momento, de ambos os lados, houve a preocupação de planificar de modo organizado e sereno esta mudança na direcção, para impedir que decisões de carácter urgente ou súbito prejudiquem o Público e os seus colaboradores. Uma planificação, que exige a reserva própria de processos deste tipo, corresponde aos interesses da empresa e foi também sempre sublinhada pela Bárbara Reis.”  (...)

 

Recorde-se que Bárbara Reis começou a sua carreira no Expresso e foi depois convidada a fazer parte da equipa do então recém-criado Público. Foi correspondente do jornal em Nova Iorque e acabou por integrar uma missão das Nações Unidas em Timor. Regressou ao Público em 2002, onde ajudou a lançar o P2, foi editora de Cultura e assumiu a direcção em 2009, cargo que abandona agora, sete anos depois.