Até as “notícias falsas” podem ser úteis aos Media…
O debate, moderado por Carla Borges Ferreira, directora da Meios & Publicidade, juntou na mesma mesa António Costa, publisher do Eco, Fernando Esteves, director do Polígrafo, Paula Ferreira, chefe de redacção do Jornal de Notícias, Sofia Moura, directora coordenadora de brand content & entertainment da SIC, e Vítor Cunha, administrador e accionista da JLM&A.
“Quer os jornais mais antigos quer os novos estão a encontrar o seu posicionamento, estão a encontrar formas de serem fontes de informação credivel”, afirmou António Costa, garantindo que “não está em causa o nosso papel, e será tanto maior quanto maior for a nossa capacidade de escrutinio de todos os poderes”.
Fernando Esteves, director e fundador do Polígrafo, disse que “o grande desafio para a comunicação social, nos dias de hoje, é a diferenciação entre o que é realidade e o que é ficção”, já que “a maioria da informação consumida nos chega a partir das redes sociais e essas redes não têm triagem jornalistica, há muita manipulação, as pessoas tomam qualquer informação por verdadeira e isso cria uma sociedade mais desinformada”. (...)
“Os media perderam capacidade para verificar aquilo que se diz, e isso gera uma espécie de embriaguez intelectual, uma incapacidade para tomar boas decisões, uma opinião pública fragilizada, e abre espaço a alternativas simplistas como o Bolsonaro ou Trump” disse ainda.
Para a chefe de redacção do JN, Paula Ferreira, “não está no horizonte o fim do jornalismo, longe disso”, até porque “a essência do jornalismo não mudou, as plataformas é que mudaram”. Como afirmou também, “o mais importante é o jornalismo, a plataforma é indiferente, só que é preciso encontrar um modelo de negócio, o erro foi dar tudo de graça”. (...)
Por seu lado, Vítor Cunha declarou a sua confiança em que “há espaço para o papel ao nível das publicações mais premium”.
Como disse depois, pelo meio de toda esta cruzada contra as fake news e contra figuras que atacam os media, coloca-se o problema adicional de que “há meios com muita tradição que se estão a afundar com esta tendência de fazer campanha, de insistir constantemente no mesmo assunto, como é o caso do The New York Times contra Trump”, garantindo que “não será por falta de investimento que os meios poderão desaparecer, mas porque não estão a perceber bem o que lhes está acontecer”. (...)
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