No entanto, actualmente, alguns desses editores, reconhecidos na imprensa de qualidade, estão a deixar o Facebook, decepcionados pelo escasso rendimento económico que a rede social lhes tem trazido.

Mat Yurow, director no The New York Times, escreveu recentemente que “as plataformas digitais estão a consumir o nosso negócio, e nós estamos a deixar que tal aconteça”.

Por seu lado, o Facebook diz que os “artigos instantâneos” estão a aumentar e que as próximas mudanças na plataforma podem atrair, de novo, as principais empresas de media que se afastaram.

Neste momento o Facebook aposta no desenvolvimento da inteligência artificial para melhorar o uso da plataforma, mas não dá sinais de vir a dar aos editores mais controlo sobre os seus conteúdos, e, sobretudo de vir a facilitar o acesso aos dados dos utilizadores da plataforma, que é o verdadeiro segredo do negócio, que o Facebook guarda zelosamente.

Vários editores que apostam na qualidade, ameaçam sair da plataforma, caso a tecnologia de inteligência artificial que o Facebook está a desenvolver não melhore a monetização dos conteúdos.

A Apple, o Facebook, o Snapchat, o Twitter e em menor escala outras plataformas, como o LinkedIn ou o YouTube da Google, estão, com frequência, a minar o bom jornalismo, em vez de o favorecer. Não existe um esforço para aumentar a qualidade da informação e as plataformas estão cada vez mais a acentuar a tendência para a automatização, o que não é compatível com um jornalismo de qualidade.

De acordo com um artigo publicado no site media-tics,  por Miguel Ormaetxea, as empresas de noticias têm o enorme desafio de encontrar modelos de financiamento que funcionem de forma independente do ecossistema das plataformas e das redes sociais.

Por outro lado, o Facebook e a Google devem começar a pensar que realmente são editores e que devem assumir as suas responsabilidades.

Neste contexto, não é de estranhar que o fundador da Wikipédia, Jimmy Wales, esteja a investir num site, Wikitribune, que terá como objectivo ajudar a combater a proliferação de noticias falsas.

Este site está a ser financiado por pequenas doações de 10 a 15 dólares por mês, por parte dos seguidores daquela enciclopédia digital.

Como refere Miguel Ormaetxea  “esta será a primeira vez que jornalistas profissionais e cidadãos trabalham lado a lado, como iguais, para escrever histórias, à medida que acontecem,  suportados por uma comprovação rigorosa da comunidade. Todo o conteúdo será de livre acesso, e haverá alguma publicidade. Seria excelente para todos nós se este projecto triunfasse!”