Apogeu e declínio do “Jornal do Brasil” sem edição impressa
No dia 9 de Abril, o “Jornal do Brasil”, também conhecido por JB, celebrou o seu 130º aniversário.
Se, em meados do século XX, este era um grande jornal de referência, com uma redacção de centenas de jornalistas, hoje, conta, apenas, com um colaborador fixo, que adapta peças de agências noticiosas.
O auge e o declínio deste título foram recordados pela jornalista Itala Maduell Vieira num artigo publicado no “Observatório da Imprensa” -- associação com a qual o CPI mantém um acordo de jornalismo -- com base em trechos do seu livro “JB, um paradigma jornalístico”.
Vieira começa por recordar que, em 1965, o “Jornal do Brasil” encomendou um documentário ao jornalista e cineasta Nelson Pereira dos Santos, um dos seus redactores. O filme em causa, “Jornal do Brasil, um moço de 74 anos”, reúne imagens “preciosas da rotina na redacção”.
Neste documentário é possível ver repórteres em acção nas ruas, jornalistas a seleccionar títulos e paginadores a retocarem uma das edições do jornal.
No ano seguinte -- notou Vieira -- o JB foi tema de uma reportagem de sete páginas na revista “Realidade”. Em “A aventura da notícia: 24 horas na vida de um jornal”, o repórter Luiz Fernando Mercadante e o fotógrafo Nelson di Rago acompanharam um dia na redacção, mostrando os bastidores daquele “glamouroso” título.
O editor-chefe, Alberto Dines -- fundador do “Observatório da Imprensa” -- é apresentado como “o homem que faz o jornal”.
A equipa era integrada por 50 repórteres no Rio de Janeiro, sucursais em Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Niterói, correspondentes em quase todas as outras capitais de Estado, 12 redactores de Internacional, dez redactores no Departamento de Pesquisa, e 14 "copy desks”.
Da mesma forma, em Abril de 1971, ao completar 80 anos, foi publicado o “Jornal do JB”, um caderno especial de 16 páginas.
Neste texto, dava-se conta dos 1.561 colaboradores da empresa, entre os quais mais de 400 jornalistas, além de 13 correspondentes no Brasil e sete no estrangeiro (Bonnan, Londres, Nova York, dois em Paris, Roma e Tel Aviv).
Contudo, a realidade presente não podia estar mais distante desse passado glorioso.
Abril 21
Hoje em dia, notou Vieira, a edição do jornal está à responsabilidade do jornalista Marcio Affonso Gomes.
Gomes começou a carreira como estagiário e repórter do caderno JB Niterói, entre 1988 e 1990.
“Já não era a redacção com centenas de repórteres, dezenas de revisores e de correspondentes no país e no exterior e uma frota de carros de reportagem”. Mas, ainda assim, “toda a gente queria trabalhar no JB”, porque “só havia estrelas do jornalismo”.
O jornal, que em tempo foi considerado o “melhor jornal do Brasil”, saiu de circulação em 2019 e conta, apenas, com uma edição “online”.
Gomes assegura as operações em “home office”.
“É complicado, mas apaixonante. Trabalho ‘online’ há tempos, também sou programador e, por gostar bastante, não fico cansado”, afirmou. “A audiência não cai, por incrível que pareça”.
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