Várias organizações parceiras da Plataforma do Conselho da Europa para a Promoção da Protecção do Jornalismo e da Segurança dos Jornalistas apelam aos governos para que assegurem que os crimes contra jornalistas não fiquem impunes. A campanha tem como objectivo expor a falta de acção internacional para combater a crescente onda de ameaças e abusos enfrentados pelos jornalistas.
A Federação Internacional de Jornalistas registou 1064 assassinatos de profissionais dos media, nos últimos 10 anos, mas apenas um em cada dez homicídios foi punido.
Mais recentemente, verificou-se que caso da jornalista Daphne Caruana Galizia foi assinalado no Conselho da Europa como um dos 36 homicídios ainda por esclarecer, juntamente com mais nove outros em aberto há mais de 20 anos.
No relatório anual de 2019, da Plataforma do Conselho da Europa, as organizações manifestaram a sua preocupação por "ter começado a instalar-se um clima de impunidade em algumas partes da Europa”, afirmando que "a rápida conclusão de investigações e processos judiciais transparentes e eficazes que conduzam à punição de todos os responsáveis [...] é essencial para restabelecer a confiança do público no empenho dos Estados em proteger a segurança dos jornalistas e o Estado de direito”.
A campanha da IFJ terá o foco na Palestina, Peru, Filipinas, Somália, Ucrânia, países nos quais o nível de impunidade para prender, atacar e matar jornalistas tem sido alto. A Ucrânia é um dos países mais perigosos da Europa para jornalistas, tendo registado o assassinato de 16 jornalistas desde 1995.
Na Ucrânia não se observa a independência dos meios de comunicação social. Os media nacionais ucranianos são propriedade de oligarquias. Durante as últimas eleições presidenciais, por exemplo, muitos jornalistas relataram à União Nacional de Jornalistas (NUJU), afiliada da IFJ-EFJ, que tinham sido alvo de ataques, ameaças e pressões para revelar suas fontes.
O presidente da EFJ, Mogens Blicher Bjerregård, referiu que “com pelo menos 16 jornalistas assassinados e sem condenações por estes actos, a Ucrânia tem uma taxa de impunidade recorde na Europa. Apelamos às autoridades ucranianas e à comunidade internacional para que levem esta situação a sério. Esse padrão constante de total impunidade não pode continuar”.
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