A notícia aparece na “ressaca” de um ataque informático global ainda não resolvido nem explicado. Segundo o artigo que aqui citamos, “uma das recomendações dos peritos em segurança informática é de escolhermos bem as palavras-passe que usamos, evitando as mais fáceis de adivinhar e renovando-as com frequência”. Mas mesmo esses cuidados podem ser inúteis se um hacker nos tomar como alvo enquanto usamos um receptor de detecção de ondas cerebrais que já está no mercado. 

O aparelho tem utilização na medicina, “para permitir que pessoas com implantes biomecânicos movam braços e pernas, além de poder detectar estados emocionais como a frustração ou a excitação”. Mas, segundo um estudo de Nitesh Saxena, professor associado na Universidade do Alabama (em Birmingham), com software malicioso é possível “ler dados pessoais do utente, directamente do seu cérebro”. 

Dois especialistas em ética biomédica já advertem que é urgente criar legislação que proteja as pessoas no uso deste tipo de tecnologia. O Prof. Roberto Andorno garante que esta tecnologia está a avançar tão depressa que “poderá representar uma ameaça à liberdade pessoal, que procuramos conter com o desenvolvimento de quatro novas leis de direitos humanos”. A sua proposta é que sejam reconhecidos os direitos à liberdade cognitiva, à privacidade mental, à integridade psíquica e à continuidade psicológica.

 

O artigo citado, de Media-tics, e o original, na MIT Technology Review, de onde colhemos a imagem