Agravam-se as ameaças sobre o jornal impresso em França
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Alain Weill, o homem forte, no sector dos media, do império de Patrick Drahi, afirmou ainda que, “se amanhã for possível difundir Informação de tão boa qualidade, dispensando o papel, em fim de contas, para as empresas da Imprensa, não será assim tão mau”; e se essas empresas “puderem dispensar o utensílio industrial, isto é, a impressão e a distribuição, não será assim tão mau”.
Segundo Media-tics, os rumores sobre o abandono do papel impresso nos títulos da SFR Media foram insistentes ao longo de 2016 e nem sempre Alan Weill os confirmou em definitivo. Em resposta a uma notícia dizendo que L’Express ia tornar-se “cem por cento digital”, confirmou, por escrito, que, “ainda que o digital esteja no coração dos nossos projectos, estamos profundamente comprometidos com o papel”.
E em resposta a outro rumor, segundo a qual o Libération teria que desfazer-se da sua versão impressa devido à Lei de Comunicação Audiovisual de 1986 - que impede que um operador detenha ao mesmo tempo uma televisão, uma rádio e um jornal a nível nacional - Alain Weill voltou a publicar um esclarecimento segundo o qual, devido à difusão que regista o Libération, não estavam a ser violadas as condições impostas pela referida lei.
Na situação presente, o debate mistura-se com o facto de a SFR Presse, a distribuidora digital do grupo, proporcionar aos seus assinantes mais de 80 títulos de Imprensa, entre eles L'Equipe, L'Express, Le Journal du Dimanche, Le Parisien, Paris Match, Elle, Le Figaro, Public e outros. Disponível nos aparelhos móveis, incluindo o smartphone e o tablet, gera cerca de 120 mil consultas diárias.
Não há unanimidade sobre a sua presença. Alguns jornais, como Le Monde, não têm interesse em juntar-se a ela. Outros, como Le Point, acham que é “uma máquina de destruir a Imprensa de qualidade”, e que a remuneração das editoras gera apenas “uma fracção, cerca de um décimo, do preço normal”.
Alain Weill responde que “as soluções que estão sobre a mesa não são definitivas” e que será possível “encontrar um modelo económico que seja conveniente para todos”.
Mais informação em Media-tics e em Les Echos