Jamal Khashoggi ocupou cargos como autor e editor chefe do Al-Arab News Channel, editor do jornal Al Watan e foi assessor nas embaixadas sauditas em Washington e Londres. No momento da sua morte, era jornalista no Washington Post

 

Khashoggi criticava fortemente o príncipe herdeiro do seu país, Mohammad bin Salman, e o rei. O jornalista entrou a 2 de Outubro de 2018 na embaixada da Arábia Saudita em Istambul e nunca mais foi visto. O seu assassinato destacou-se, não só pela brutalidade do acto em si, mas também pela forma como foi executado. 

 

Apesar da forte cobertura inicial sobre o seu assassinato, que gerou manchetes por todo o mundo, a indignação passou e a investigação feita, bem como o julgamento dos alegados onze suspeitos, tem sido pouco transparente e credível. Até hoje, ninguém foi condenado.

 

Agnes Callamard, relatora de direitos humanos, concluiu que Khashoggi foi vítima de uma “execução deliberada e premeditada, um assassinato extrajudicial pelo qual o Estado da Arábia Saudita é responsável sob a lei internacional de direitos humanos”. Contudo, até ao momento a Arábia Saudita sofreu poucas consequências. 

 

Esta semana, o Washington Post informou que os principais executivos financeiros globais ponderam regressar à conferência anual "Davos in the Desert", realizada na Arábia Saudita, em Outubro. Possivelmente, os executivos acreditam que já é “aceitável” serem vistos de forma pública a interagir com um regime que não respeita direitos e liberdades fundamentais. Segundo o autor, o próprio país, em vez de procurar justiça, está ocupado a promover-se como destino turístico. 

 

Scott Griffen salienta que “o assassinato de um jornalista é uma tragédia e um crime”, continuando, “mas o assassinato de Khashoggi é o mais espectacular exemplo recente que temos de negligência colectiva para defender a liberdade de imprensa”. 

 

Para o director adjunto, Khashoggi simboliza o desafio que os profissionais enfrentam na luta contra a impunidade dos assassinatos de jornalistas em todos os lugares, “do México ao Paquistão”.

 

Um ano depois não restam dúvidas sobre quem matou Jamal Khashoggi, mas o caso continua impune.

 
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