É Lúcia Mendez, jornalista de El Mundo, que conta como a quebra de auto-estima entre os jornalistas espanhóis tem acompanhado uma evolução em que ganharam terreno, nos media, os poderes políticos, económicos e financeiros, aproveitando a fragilidade actual das empresas editoras. Mas acrescenta que “a debilidade do jornalismo espanhol não se deve só, nem principalmente, à ameaça externa. A falta de credibilidade tem também, e sobretudo, a ver connosco mesmos”. 

Segundo José Crettaz, do diário argentino La Nación, os piores inimigos do jornalismo latino-americano são o narcotráfico  – com um número crescente de assassínios e ataques –, os regimes populistas  – mediante la distribuição arbitrária de subvenções públicas, a perseguição judicial e a sanção de leis  – e grandes multinacionais –,  com pressões sobre os jornalistas e os meios. Apesar disso tudo, o jornalismo “goza de grande vitalidade” nesta região  -  disse.

O correspondente nos EUA, Carlos Franganillo, conta como Donald Trump soube usar os meios para os seus fins e como estes o usaram a ele, num sistema de media polarizado ideológicamente e altamente concentrado.

A resistência dos media à correcção dos seus próprios erros, a sua eventual condescendência à publicação de textos mal confirmados, são outros temas desenolvidos neste número da revista.

Fala-se também da crise que ameaça todos os meios, pelo “enorme excesso de oferta de informação digital com baixa qualidade média, o aviltamento da publicidade digital tradicional e a ruinosa competição pelas audiências”.

Outra emeaça económica é o uso crescente dos bloqueadores de publicidade, estimando-se que há mais de 200 milhões de utentes em todo o mundo. Em Espanha, este bloqueio afectaria 25,9% do volume de publicidade online.

 

A notícia original, no site da APM