Após disputas com o governo australiano, o Facebook pediu desculpa pelas decisões referentes àquele mercado e prometeu investir “pelo menos” mil milhões de dólares (822 milhões de euros), nos próximos três anos, em conteúdos noticiosos.
“Já investimos 600 milhões de dólares desde 2018 para apoiar a indústria dos ‘media’ e prevemos investir, pelo menos, mais mil milhões nos próximos três anos”, escreveu Nick Clegg, responsável pelos assuntos públicos da rede social, num artigo de “blog”.
“Reconhecemos, absolutamente, que o jornalismo de qualidade é crucial ao funcionamento das nossas sociedades, informando e valorizando os cidadãos, enquanto exige a responsabilização dos dirigentes”, continuou Clegg.
Aquele representante assegurou, da mesma forma , que “mais do que nunca, o Facebook quer associar-se com os editores de imprensa”.
Além disso, de acordo com Clegg, a intenção do Facebook nunca foi prejudicar a imprensa, mas expressar o seu desagrado perante ao “plano arbitrário" imposto pelo Governo de Camberra.
Depois de um período de greve e de insatisfação dos colaboradores, o Grupo “L’Equipe” anunciou a reestruturação da empresa.
Em comunicado, o Grupo revelou que Laurent Prud'homme vai assumir, em 1 de Março, a direcção do L’Equipe, substituindo Jean-Louis Pelé, que se encontrava no cargo desde 2018.
Agora, Prud’Homme ficará responsável pela implementação de um modelo multiplataforma, que deverá assegurar a criação de conteúdos do “L’Equipe” para o formato impresso, televisivo e “online”.
Ao mesmo tempo, o novo director-geral terá de supervisionar o plano de cortes no orçamento, iniciado por Pelé.
Recorde-se que, em Janeiro, após duas semanas de greve, o antigo director da empresa estabeleceu que deveriam ser dispensados cinquenta colaboradores do Grupo.
Por outro lado, Pelé anunciou a criação de 12 novos postos de trabalho, para assegurar a publicação de um novo suplemento de fim-de-semana.
Depois do encerramento da revista de música “Q”, parte da equipa editorial da publicação decidiu juntar-se para criar uma nova “newsletter”.
Lançada no final de Fevereiro, a “New Cue” -- que será publicada semanalmente -- surge como uma resposta ao actual panorama mediático, em que os leitores preferem consumir produtos “online”, em detrimento do formato em papel, contando com a edição de Ted Kessler, Chris Catchpole e Niall Doherty.
Numa entrevista à imprensa inglesa, Kessler -- que desempenhava funções de editor-executivo -- afirmou estar entusiasmado por conseguir aproximar-se dos leitores através deste projecto, que descreveu como uma evolução “dos últimos anos da ‘Q’”, em que os jornalistas trabalhavam sem interferência editorial do Grupo Bauer Media.
Kessler revelou, ainda, que os subscritores da “newsletter” poderão esperar “entrevistas impertinentes e recomendações inspiradoras”.
“Quero [que a ‘newsletter’ tenha] várias secções curtas, em vez de uma leitura longa e contínua. (...) Isto não é a ‘New Yorker’”, acrescentou.
Além disso, Kessler garante que a principal motivação para o lançamento da “New Cue” foi a possibilidade de poder voltar a colaborar com os colegas, integrar uma equipa e recuperar “o ritmo de uma publicação”.
O Grupo Impala “mantém ordenados em atraso” desde 2011 e conta, actualmente, com 174 ex-colaboradores à espera de receber créditos salariais, num valor acumulado de 2,85 milhões de euros.
A informação foi avançada por Luís Monteiro Pereira, responsável pela área comercial da editora, no âmbito de uma audiência dos colaboradores do Grupo Impala com a Comissão de Trabalho e Segurança Social, da Assembleia da República.
De acordo com a agência Lusa, Monteiro Pereira começou por revelar que a facturação produzida pela empresa base, a Impala Editores, foi transferida para a Impala Multimédia.
Com isto, a segunda empresa faturou vários milhões de euros, entre 2009 e 2011, com um máximo de cinco colaboradores ao seu serviço. Isto porque os restantes profissionais se mantiveram na “empresa-mãe”.
Monteiro Pereira revelou, neste sentido, que, ao longo dos anos, a “família” do empresário Jacques Rodrigues criou uma ''teia de mais de uma dezena e meia de sociedades à volta desta editora”.
Estas empresas não” têm qualquer actividade que não seja prestar serviços entre si, retirando os recursos financeiros à editora e criando uma falsa ideia de debilidade financeira para permitir, com base nisso (…) o sucessivo recurso ao instrumento PER – Plano Especial de Revitalização“, adiantou.
Aquele responsável especificou, igualmente, que o recurso aos PER congelou, entre Outubro de 2014 e Junho de 2017, o pagamento a ex-colaboradores.
O ex-Presidente norte-americano, Donald Trump, submeteu um pedido de recurso para voltar ao Facebook, depois de a empresa lhe ter bloqueado o acesso ao perfil, informou a estação televisiva britânica Channel 4.
A suspensão das contas de Trump, extensível ao Instagram, foi decretada após a rede social ter considerado que o ex-presidente americano utilizou as plataformas “online” para instigar a invasão do Capitólio, no início deste ano.
Em declarações ao Channel 4, a antiga primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt -- que integra o Conselho de Supervisão do Facebook -- confirmou o pedido de Trump e adiantou que o comité dispõe de um prazo máximo de 90 dias para chegar a uma decisão.
Aquela governante esclareceu, ainda, que o organismo está a tentar resolver a questão o mais rápido possível, recordando, contudo, que o processo é moroso, já que depende do parecer de especialistas.
Thorning-Schmidt explicou, igualmente que, neste caso em específico, o Conselho de Supervisão está aberto a ouvir a opinião pública, tendo já recebido milhares de comentários.
O Conselho de Administração (CA) do Grupo Prisa aprovou uma série de alterações para impulsionar a transformação da empresa, incluindo a nomeação de Joseph Oughourlian para o cargo de presidente não executivo.
Oughourlian, que ocupa a vice-presidência desde Abril de 2019 , foi nomeado no âmbito do Plano de Sucessão lançado pelo CA após a renúncia, em Dezembro passado, do anterior presidente daquele organismo.
Neste âmbito, o CA nomeou, ainda, Rosauro Varo para assumir funções de vice-presidente e propôs que Béatrice de Clermont-Tonnerre continuasse a ser a responsável pelo Comité de Nomeação, Remuneração e Gestão Corporativa.
Por outro lado, o conselheiro independente Javier de Jaime anunciou sua renúncia como membro do Conselho de Administração e, consequentemente, como membro da Comissão Executiva.
Além disso, ficou estabelecido que os Comités do Conselho serão reorganizados.
"Com as mudanças no Conselho de Administração, queremos iniciar um estágio de transformação e mudança geracional dentro do próprio Conselho e da organização”, afirmou, entretanto Oughourlian.
O Facebook está a receber dinheiro do governo chinês para promover artigos de desinformação sobre a situação dos muçulmanos uighurs, revelou uma análise do “site” “Press Gazette”.
Ou seja, além de permitir que empresas de “media” publiquem artigos que minimizam o tratamento de Pequim aos cidadãos daquela etnia religiosa, o Facebook está a receber parte das receitas publicitárias geradas por estes conteúdos.
Desta forma, os “media” chineses estão a fazer chegar informação falsa a milhões de utilizadores, num esforço para minimizar as preocupações da comunidade internacional, que chegou a classificar a situação como “genocídio”.
Alguns destes conteúdos desmentem, por exemplo, a existência de campos de trabalho forçado, afirmando que esta premissa é uma “teoria da conspiração” fabricada pelos meios de comunicação ocidentais.
Num artigo citado pela “Press Gazette”, os “media” chineses alegavam que “políticos e empresas de comunicação” se tinham alinhado para promover a “discussão pública e perverter a consciência" dos cidadãos, com “intenções malévolas”.
Esta não é, contudo, a primeira vez que o Facebook aceita promover propaganda do governo de Pequim. No ano passado, um estudo realizado nos Estados Unidos revelou, por exemplo, que a rede social havia permitido conteúdos que acusavam os uighurs de terrorismo islâmico.
Com a pandemia, o modelo de negócio tradicional dos “media”, assente nas receitas publicitárias, passou a ser considerado pouco lucrativo e, mesmo, obsoleto.
Como tal, a publicidade institucional e os anúncios públicos (ou public notes, em inglês), passaram a assumir-se como uma das principais fontes de receita, já que asseguram a sustentabilidade de muitos títulos.
Perante este cenário, um grupo de jornalistas norte-americanos decidiu fundar a “start-up” “Column”, com o objectivo de facilitar o processo de distribuição e publicação dos “public notes”, nos “media” nacionais.
De acordo com o “Nieman Lab”, nos Estados Unidos, os “public notes" são utilizados, desde a época colonial, para informar os cidadãos sobre novas leis, subsídios ou, até, orçamentos públicos, enquanto garantem a estabilidade do sector mediático.
Assim, estes anúncios são, particularmente, benéficos para a imprensa local e comunitária, que, por norma, tem maior dificuldade em obter financiamento.
"À medida que a publicidade tem diminuído, os avisos públicos têm permanecido relativamente constantes e, por causa disso, tornou-se o financiamento de muitos jornais”, afirmou Jason Seaton, criador da “Column”.
"Há trinta anos, este teria sido um “plano B” para as publicações. Contudo, agora este pode ser considerado um fluxo de receitas muito fiável”.
Ao completar 40 anos de actividade ininterrupta o CPI – Clube Português de Imprensa tem um histórico de que se orgulha. Foi a 17 de dezembro de 1980 que um grupo de entusiastas quis dar forma a um projecto inédito no associativismo do sector.
Não foi fácil pô-lo de pé, e muito menos foi cómodo mantê-lo até aos nossos dias, não obstante a cultura adversarial que prevalece neste País, sempre que surge algo de novo que escapa às modas em voga ou ao politicamente correcto.
O Clube cresceu, foi considerado de interesse público; inovou ao instituir os Prémios de Jornalismo, atribuídos durante mais de duas décadas; promoveu vários ciclos de jantares-debate, pelos quais passaram algumas das figuras gradas da vida nacional; editou a revista Cadernos de Imprensa; teve programas de debate, em formatos originais, na RTP; desenvolveu parcerias com o CNC- Centro Nacional de Cultura, Grémio Literário, e Lusa, além de outras, com associações congéneres estrangeiras prestigiadas, como a APM – Asociacion de la Prensa de Madrid e Observatório de Imprensa do Brasil.
A convite do CNC, o Clube juntou-se, ainda, à Europa Nostra para lançar, conjuntamente, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, instituído pela primeira vez em 2013, em, homenagem à jornalista, que respirava Cultura, cabendo-lhe o mérito de relançar o Centro e dinamizá-lo com uma energia criativa bem testemunhada por quem a acompanhou de perto.
Mais recentemente, o Clube lançou os Prémios de Jornalismo da Lusofonia, em parceria com o jornal A Tribuna de Macau e a Fundação Jorge Álvares, procurando preencher um vazio que há muito era notado.
Uma efeméride “redonda” como esta que celebramos é sempre pretexto para um balanço. A persistência teve as suas recompensas, embora, hoje, os jornalistas estejam mais preocupados com a sua subsistência num mercado de trabalho precário, do que em participarem activamente no associativismo do sector.
Sabemos que esta realidade não afecta apenas o CPI, mas a generalidade das associações, no quadro específico em que nos inserimos. Seriam razões suficientes para nos sentarmos todos à mesa, reunindo esforços para preparar o futuro.
Com este aniversário do CPI fica feito o convite.
A Direcção