O fotógrafo documental José Sarmento Matos venceu o prémio Estação Imagem 2020 Coimbra, com um trabalho sobre o regresso de uma família luso-venezuelana a Portugal.
A reportagem vencedora, intitulada “Abandonando o Sonho Venezuelano”, foi feita naquele país e em Portugal, “documentando os dois lados da vida da mesma família”, assinalou a organização do prémio de fotografia. “Fugiram de uma Venezuela em profunda crise humanitária, largando entes queridos, vidas inteiras, o sentimento de pertença e a identidade no recomeço de uma nova vida”.
O vencedor tem 31 anos, reside entre Londres e Lisboa e é fotógrafo ‘freelancer’, sem carteira profissional
Já o fotojornalista do “Jornal de Notícias” Leonel de Castro, arrebatou, pelo segundo ano consecutivo, o galardão “Fotografia do Ano”, com uma imagem intitulada “Voo de Esperança”, que retrata uma rapariga moçambicana, em pé, num baloiço, na cidade da Beira, atingida pelo ciclone Idai.
Na mesma categoria, foi atribuída uma menção honrosa a Ana Brígida por “Sem Luz”, um retrato do bairro da Torre.
Ana Brígida venceu, também, o prémio “Arte e Espectáculos”, com “Bulls”, um trabalho sobre a aprendizagem da tauromaquia.
Na categoria “Vida Quotidiana” o prémio foi para Gonçalo Fonseca, autor de um trabalho sobre a ocupação ilegal de casas municipais em Lisboa.
Por seu turno, Sebastião Almeida venceu uma menção honrosa na categoria “Assuntos Contemporâneos” com o trabalho “Nacionalidade N/A”.
O prémio “Notícias” foi atribuído a Rui Duarte Silva, fotojornalista do “Expresso”, com o trabalho “Derrotado”, dez fotografias a preto e branco sobre a derrota do líder do PSD, Rui Rio, nas eleições legislativas de 2019.
Na mesma categoria, João Porfírio, editor de Fotografia do “Observador”, venceu uma menção honrosa com a reportagem “O Fogo Voltou a Incendiar a Angústia no Centro de Portugal”, captada na aldeia de Roda, em Mação.
O prémio “Série de Retratos” contemplou o fotojornalista “freelancer” António Pedro Santos, autor da reportagem “O Amor de Mãe Não É Cego”.
O ‘freelancer’ Rodrigo Antunes foi o vencedor da categoria “Desporto”, por contar a história de Miguel Vieira, o primeiro judoca paralímpico português em prova, nos jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Por fim, a bolsa “Estação Imagem Coimbra 2020” foi atribuída a Ricardo Lopes, colaborador do jornal “Público”, que apresentou uma proposta de reportagem denominada “Interior”, sobre o fenómeno do despovoamento na região Centro de Portugal.
O mês de Maio tem sido negro para os jornalistas, com o assassinato de quatro mulheres jornalistas em apenas sete dias.
Conforme apontou o “Guardian”, dois dos homicídios ocorreram no México, um dos países mais perigosos para o exercício jornalístico. As vítimas foram Yesenia Mollinedo Falconi e Sheila Johana García Olivera, do “site” “El Veraz”.
Semanas antes da sua morte, Yesenia Mollinedo Falconi, havia recebido ameaças de morte, na sequência das suas investigações sobre crime e corrupção. Ainda assim, aquela jornalista estava confiante de que não corria perigo.
Dois dias após a morte das profissionais mexicanas, foi noticiada outra tragédia: o assassinato de Shireen Abu Akleh, uma correspondente da Al Jazeera, que acompanhava o conflito israelo-árabe há vários anos.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU mostrou-se “chocado” com a morte deste profissional e exigiu, entretanto, uma “investigação independente e transparente” sobre o sucedido.
Também a directora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, se juntou no apelo a uma “investigação completa” à morte da jornalista.
“O assassinato de uma jornalista claramente identificada, numa zona de conflito, é uma violação do direito internacional“, disse Azoulay em comunicado, pedindo uma investigação para levar “os responsáveis à justiça”.
No dia a seguir, ficou conhecido o homicídio da jornalista colombiana Francisca Sandoval, morta durante a cobertura noticiosa de uma manifestação.
Na Polónia, várias empresas mediáticas começaram a lançar produtos noticiosos em ucraniano, como forma de responder às necessidades dos três milhões de refugiados que chegaram ao país desde o início da guerra.
Conforme apontou o “Nieman Lab”, a Agência Noticiosa Polaca (Polska Agencja Prasowa, ou PAP) foi uma das primeiras organizações a partilhar artigos em ucraniano, graças a uma equipa de cinco jornalistas, que têm vindo a dedicar-se à tradução e produção de conteúdos.
Este serviço em ucraniano foi criado em apenas uma semana, e publica artigos diários sobre a invasão da Ucrânia.
“Esta guerra mudou tudo”, disse Jaros?aw Junko, coordenador dos serviços ucraniano e russo daquela agência noticiosa. “Todos os ‘sites’ informativos polacos de renome começaram a oferecer produtos em ucraniano. Esta é uma mudança importante, e mostra que a Polónia está a respeitar os ‘vizinhos’ que chegam ao país”.
Agora, a PAP quer expandir a editoria ucraniana, passando a incluir conteúdos sobre apoio legal, e ajuda económica para refugiados.
Outra das publicações que apostou em conteúdos ucranianos foi a “Onet” que, agora, partilha dez artigos diários sobre o conflito e, ainda, sobre a adaptação à vida na Polónia.
“Fazemos o nosso melhor para sermos um guia sobre a vida neste país”, explicou Kamil Turecki, coordenador da “Onet”.
Também o Grupo RMF decidiu ajudar esta causa, lançando uma nova estação de rádio em ucraniano, com frequências nas cidades fronteiriças de Przemysl e Hrubieszow.
Os ciberataques passaram a fazer parte da paisagem mediática portuguesa. Depois do Grupo Impresa ter sido seriamente afectado, juntamente com a Cofina, embora esta em menor grau de exposição, chegou a vez do Grupo Trust in News, que detém o antigo portfólio de revistas de Balsemão, como é o caso do semanário “Visão”.
Outras empresas foram igualmente visadas, em maior ou menor escala, desde a multinacional Vodafone aos laboratórios Germano de Sousa.
Não cabe neste espaço qualquer comentário especializado a tal respeito, mas não nos isentamos de manifestar uma profunda preocupação relativamente à continuidade - e aparente impunidade - destes actos ilegais, que estão a pôr a nu as vulnerabilidades dos sistemas e redes, tanto públicos como privados.
Recorde-se que este site do Clube Português de Imprensa já foi alvo, também, de intrusões pontuais que bloquearam a sua actualização regular, o que voltou a acontecer, embora de uma forma indirecta, como consequência da inoperacionalidade do operador de telecomunicações atingido.
Oxalá estes ataques de “hackers”, já com um carácter mais “profissional”, tenha contribuído para alertar os especialistas e as autoridades competentes em cibersegurança no sentido de adoptarem as medidas de protecção que se impõem.
As fragilidades ficaram bem à vista.