Os “freelancers” constituem uma parte crescente da força de trabalho nos “media”. Ao contrário dos jornalistas que trabalham nas redacções, esses profissionais fazem reportagens sozinhos, sem apoio jurídico por perto, e sujeitam-se, por isso, a uma pressão acrescida.
Dito isto, as questões éticas são, por vezes, mais complicadas para os “freelancers”, até porque, não escrever um determinado artigo, pode significar não receber qualquer tipo de pagamento durante um período alargado.
A Sociedade de Jornalistas Profissionais assegura, nos EUA, uma linha directa para jornalistas com dilemas éticos. A presidente da associação, Lynn Walsh, considerou que os “freelancers” queixam-se de falta de apoio, quando comparados com os colegas que trabalham em equipa. "Muitas das chamadas que recebemos são de pessoas que precisam de ajuda para tomar decisões, visto que escrevem a partir de casa, e que têm contacto limitado com colegas de profissão”.
Estudos recentes sugerem, ainda, que os jornalistas se sentem “desgastados” por teremdeenfrentar, repetidamente, dilemas éticos. No entanto, outros vêem a independência como uma vantagem para o seu compromisso deontológico, visto que podem, mais facilmente, recusar pedidos de editores.
Jenni Gritters, jornalista sediada em Seattle, trabalha, actualmente, como“freelancer”, mas tem já experiência em redacção. Gritters admitiu que trabalhar em regime de “freelance” é, particularmente, exigente, visto que a relação que estabelece com a direcção dos jornais é temporária e, facilmente, descartável.
Aquela repórter diz saber que os editores não têm muito tempo para dedicar às peças dos “freelancers” e que, por isso, tendem a contratar pessoas com as quais é fácil trabalhar e que têm uma grande taxa de sucesso nas reportagens. Assim, Gritters evita colocar questões de ética, e depende, muitas vezes, do seu próprio agelizamento.
Além disso, diferentes publicações abordam as questões éticas de maneiras distintas, o que significa que os “freelancers” são obrigados a praticar um certo “malabarismo” com diferentes códigos ao mesmo tempo.
Leia o artigo original em CJR
Os directores de informação de todos os principais “media” nacionais subscreveram um documento conjunto, em que criticaram a vigilância policial exercida sobre jornalistas.
Num documento onde se invocaram os artigos da Constituição que protegem a Liberdade de Imprensa, assim como as leis que a tutelam e o Estatuto do Jornalista, os responsáveis editoriais insurgiram-se contra o comportamento de magistrados do Ministério Público, que não passou pelo crivo de qualquer magistrado judicial.
O documento foi enviado ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República, assim como aos presidentes da 1ª Comissão da AR e aos diferentes Grupos Parlamentares, presidentes do Tribunal Constitucional, Supremo Tribunal de Justiça e Conselho Superior da Magistratura, além da Procuradora-Geral da República, Provedora de Justiça e Bastonário da Ordem dos Advogados.
O texto integral subscrito pelos directores de informação é do seguinte teor:
O dia da tomada de posse é considerado um dos maiores eventos mediáticos nos Estados Unidos. Por esta ocasião, correspondentes de todos os cantos do país viajam para Washington D. C para captarem a primeira fotografia oficial no novo Presidente e relatarem os passos da cerimónia.
O Instituto Poynter ressalvou, contudo, que, este ano, alguns “media” norte-americanos desviaram as atenções de Joe Biden para se focarem na primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente: Kamala Harris.
Assim, muitos jornais regionais quiseram certificar-se de que tanto Biden, como Harris, tinham fotografias na primeira página.
O jornal local “San Francisco Chronicle”, por exemplo, deu destaque a Harris e ao segundo cavalheiro, Douglas Emhoff, ao colocar uma foto de ambos no topo da capa.
O mesmo aconteceu com os jornais do Grupo Hearst, no Estado do Connecticut.
De acordo com Wendy Metcalfe, responsável pela empresa de “media”, esta escolha foi feita para reflectir “o sentimento da comunidade”.
O “Tampa Bay Times”, por sua vez, dedicou toda a primeira página à presidência Biden/Harris.
Ao completar 40 anos de actividade ininterrupta o CPI – Clube Português de Imprensa tem um histórico de que se orgulha. Foi a 17 de dezembro de 1980 que um grupo de entusiastas quis dar forma a um projecto inédito no associativismo do sector.
Não foi fácil pô-lo de pé, e muito menos foi cómodo mantê-lo até aos nossos dias, não obstante a cultura adversarial que prevalece neste País, sempre que surge algo de novo que escapa às modas em voga ou ao politicamente correcto.
O Clube cresceu, foi considerado de interesse público; inovou ao instituir os Prémios de Jornalismo, atribuídos durante mais de duas décadas; promoveu vários ciclos de jantares-debate, pelos quais passaram algumas das figuras gradas da vida nacional; editou a revista Cadernos de Imprensa; teve programas de debate, em formatos originais, na RTP; desenvolveu parcerias com o CNC- Centro Nacional de Cultura, Grémio Literário, e Lusa, além de outras, com associações congéneres estrangeiras prestigiadas, como a APM – Asociacion de la Prensa de Madrid e Observatório de Imprensa do Brasil.
A convite do CNC, o Clube juntou-se, ainda, à Europa Nostra para lançar, conjuntamente, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, instituído pela primeira vez em 2013, em, homenagem à jornalista, que respirava Cultura, cabendo-lhe o mérito de relançar o Centro e dinamizá-lo com uma energia criativa bem testemunhada por quem a acompanhou de perto.
Mais recentemente, o Clube lançou os Prémios de Jornalismo da Lusofonia, em parceria com o jornal A Tribuna de Macau e a Fundação Jorge Álvares, procurando preencher um vazio que há muito era notado.
Uma efeméride “redonda” como esta que celebramos é sempre pretexto para um balanço. A persistência teve as suas recompensas, embora, hoje, os jornalistas estejam mais preocupados com a sua subsistência num mercado de trabalho precário, do que em participarem activamente no associativismo do sector.
Sabemos que esta realidade não afecta apenas o CPI, mas a generalidade das associações, no quadro específico em que nos inserimos. Seriam razões suficientes para nos sentarmos todos à mesa, reunindo esforços para preparar o futuro.
Com este aniversário do CPI fica feito o convite.
A Direcção